A chapa majoritária governista, que vai concorrer às eleições para o governo da Bahia, está praticamente montada e pode ser anunciada em janeiro de 2026.
Essa é uma afirmação confirmada nos bastidores e explicitada por um vídeo compartilhado pelo senador Jaques Wagner. Mas, segundo o mesmo bastidor, o catalisador da decisão foi a condução sem qualquer problema do deputado federal Otto Filho para o TCE – Tribunal de Contas do Estado da Bahia, que será aprovada nesta terça-feira (16) no plenário da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia.
O vídeo compartilhado pelo senador Jaques Wagner exalta as figuras dele próprio, do ex-governador e atual chefe da Casa Civil do governo Lula, Rui Costa, e do governador Jerônimo Rodrigues. O senador Otto Alencar também aparece e destaca, nos comentários, seu orgulho de fazer parte desta família. Além dele, membros do seu partido, o PSD, e outros políticos estão no vídeo.
A chapa majoritária está posta no vídeo, encabeçada pelo governador Jerônimo Rodrigues, candidato a reeleição, e por Jaques Wagner e Rui Costa candidatos ao Senado e, ao que parece, é chancelada pelo presidente Lula.
Falta, no entanto, a vaga de candidato a vice-governador e no vídeo aparecem muitos políticos que poderiam ocupá-la, como o atual vice-governador Geraldo Jr., a deputada federal Lidice da Matta e outros e será necessário uma negociação ampla para ajustar todos os interesses partidários da aliança governista.
Mas, apesar disso, o candidato a vice-governador será, quase que obrigatoriamente, um representante do PSD, partido com maior número de prefeitos no Estado.
No PSD, o nome que parece mais natural para compor a chapa é o do senador Ângelo Coronel, que pode ser, ele próprio, candidato ou indicar seu filho, Ângelo Coronel Filho. Essa indicação pode vir no bojo de uma negociação que garanta a Coronel e seu grupo uma posição de destaque estadual e nacional.
Colocar o senador Ângelo Coronel ou um nome ligado a ele na chapa majoritária é importante para evitar uma improvável migração para a chapa da oposição, algo que não seria bom para os governistas. Isso porque o PSD nacional já anunciou, através de seu presidente Gilberto Kassab, seu apoio à candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, embora, na Bahia, o PSD, como também já anunciou o senador Otto Alencar, esteja fechadíssimo com a candidatura do presidente Lula.
Nesse cenário, e na hipótese de migração para as hostes oposicionistas, Coronel teria um discurso pronto para a campanha e para justificar sua saída do PSD. Essa possibilidade beneficia sobremaneira a chapa de oposição, capitaneada pelo ex-prefeito ACM Neto, que deveria estar jogando todos os seus trunfos nessa hipótese, que sugere a divisão do grupo que governa a Bahia há cerca de 20 anos.
A presidente da Assembleia Legislativa, Ivana Bastos, também é um nome que poderia compor a chapa, caso não fosse possível um acordo com Ângelo Coronel, especialmente por sua condição de mulher e pelo impacto que teria no eleitorado feminino. Ivana saiu fortalecida por seu papel na aprovação, dada como certa, do deputado OTTo Filho para o TCE, mas a escolha de seu nome teria de vir no bojo de uma negociação que não empurrasse Coronel para o colo da oposição,
Em resumo: a chapa governista para as eleições de 2026 na Bahia está pronta, tendo como candidato à reeleição Jerônimo Rodrigues e como candidatos ao Senado Jaques Wagner e Rui Costa. Mas falta um detalhe: a escolha do nome do candidato a vice-governador, passo fundamental para tirar a pecha de chapa puro-sangue do PT e para dar um sentido de aliança com outros grupos políticos da Bahia. EP – 15/12/2025
P.S Este artigo estava pronto quando um leitor sugeriu que haveria outra alternativa para ocupar a vaga destinada ao PSD, citando o nome de Daniel Alencar, filho do senador Otto Alencar que começa a dar os primeiros passos na política. Daniel Alencar, conforme anunciou seu pai, parece já ter escolhido seu caminho com a candidatura a deputado federal, herdando os mais de 200 mil votos do seu irmão Otto Filho e dando início à sua carreira política. Claro, frente a um impasse, ele poderia ser um nome retirado da manga por Otto Alencar, mas dificilmente isso aconteceria; afinal, o senador é um político experiente e sabe que Daniel precisa construir sua carreira política gradualmente, e uma candidatura a deputado federal é o ideal.
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