

A região Nordeste vive, nas últimas duas décadas, um processo contínuo de ampliação dos investimentos em políticas públicas voltadas ao esporte. Entre 2002 e 2023, os estados nordestinos destinaram mais de R$ 7,7 bilhões ao esporte e lazer. A Bahia lidera o ranking quando o recorte é o investimento por manifestação esportiva, destinando mais de R$ 2,3 bilhões ao esporte de alto rendimento ao longo da série histórica, acima dos demais estados da região, segundo análise realizada pelo Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná (IPIE/UFPR).
Quando analisados os dados referentes à Lei de Incentivo ao Esporte, foram direcionados R$ 380,5 milhões para o Nordeste no período, com Bahia (R$ 96.614.803), Ceará (R$ 84.038.343) e Maranhão (R$ 81.210.083) liderando a captação de recursos.
Os projetos educacionais representam a maior fatia dos investimentos e concentram mais da metade das pessoas atendidas. O tipo de projeto mais financiado é o desportivo, seguido por iniciativas paradesportivas e de rendimento. Ao todo, 982.502 pessoas foram beneficiadas, destacando a importância social e comunitária desta lei para a região.
O Programa Bolsa Atleta destinou 11.870 bolsas (R$ 184 milhões) a atletas residentes no Nordeste desde 2010, com ênfase para Pernambuco, com 2.813 bolsas; Bahia, com 2.199 bolsas; e Rio Grande do Norte, com 1.667 bolsas concedidas entre 2010 e 2024. No total, foram 7.035 bolsas olímpicas e 3.520 paralímpicas, com destaque para modalidades como atletismo, natação, handebol e boxe. O número de beneficiados reforça o papel do Nordeste como polo de formação de atletas de alto rendimento no país.
Número de bolsas distribuídas na região Nordeste
Embora a evolução dos recursos seja evidente, o retrato regional revela fortes assimetrias entre estados nordestinos, diferenças significativas entre o financiamento estadual e o municipal e um papel crescente de mecanismos federais, como a Lei de Incentivo ao Esporte e o Programa Bolsa Atleta na promoção, manutenção e investimento no esporte. Ainda de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Inteligência Esportiva, no período verificado houve um salto expressivo nos investimentos na área, passando de 0,49% das despesas totais em 2002 para picos acima de 14% em 2013, impulsionados, principalmente, por agendas esportivas de grande porte e maior aporte federal nos períodos pré-Copa e pré-Olimpíada do Brasil.
Foto: Lucas Moura/ Secom PMS



