quinta, 04 de dezembro de 2025
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ARMANDO AVENA – GALÍPOLO É O RESPONSÁVEL PELO AUMENTO DA DÍVIDA

Redação - 04/12/2025 05:00

Veja como é a política: quando assumiu a presidência, o presidente Lula reclamava diariamente do conservadorismo e da ortodoxia do Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por causa dos juros altos. O mandato de Campos se encerrou e Lula indicou um presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que não só aumentou os juros mais ainda, como tem se mostrado mais conservador e ortodoxo do que seu antecessor.

E, por causa da manutenção da taxa Selic em 15% por um período “bastante prolongado”, o Banco Central deixará como legado ao governo Lula 3 um aumento significativo na  Dívida Bruta do Brasil.

A imprensa especializada nunca diz, mas juros elevados por longos períodos são, por si só, um fator que aumenta a dívida bruta do governo.  A consequência direta de uma taxa Selic de 15% ao ano por um longo período é o crescimento acelerado do estoque da dívida pública, não porque os juros entram no cálculo dessa dívida, mas porque o governo é obrigado a emitir mais títulos. A dívida bruta não cresce pelo juro em si, mas pela necessidade de financiamento. Senão vejamos.

A dívida bruta é o estoque total de títulos emitidos e não inclui diretamente o valor dos juros. No entanto, quando a Selic permanece elevada, o custo anual para remunerar os detentores da dívida pública aumenta substancialmente.

Como o governo tem déficit primário, ele não dispõe de recursos para pagar esses juros com receitas correntes. Assim, precisa recorrer ao mercado emitindo novos títulos. E esse processo — a emissão de novos títulos para cobrir o custo financeiro —  faz a dívida bruta crescer desmesuradamente.

Portanto, embora tecnicamente os juros altos não sejam somados ao estoque da dívida, na prática, eles obrigam o Tesouro a emitir mais dívida, aumentando o endividamento do país.

É simples assim: como o custo da dívida sobe, o governo tem de emitir mais títulos; com isso, a dívida bruta aumenta, o risco fiscal piora, e o mercado exige juros mais altos. É um círculo vicioso perverso, chamado de paradoxo do juro alto, em que a política monetária contribui, involuntariamente, para deteriorar a própria situação que pretende estabilizar.

Isso significa que a Selic alta não é neutra, pelo contrário, na faixa de 15% ao ano ela  produz mais dívida, com efeitos fiscais profundos.

Manter juros altos por período “bastante prolongado” não é apenas uma decisão que busca trazer a inflação para o centro da meta é também uma decisão que gera  aumento no estoque da dívida, eleva o custo futuro do Tesouro e compromete a sustentabilidade fiscal.

Desde que a Selic chegou a 15%, entre meados de junho/2025 até  outubro/2025, a Dívida Pública Federal cresceu cerca 5%. Ou seja, entre maio e setembro a dívida bruta como proporção do PIB aumentou algo como 2,5%.

Os números são estimativas, mas indicam que a demora do Banco Central em dar início ao ciclo de queda da taxa Selic, embora já estejam dadas as condições mínimas para isso,  está contribuindo para o aumento da dívida bruta do Brasil e para a piora do cenário fiscal.

FENAGRO: O CAMPO NA CAPITAL

A Bahia é uma potência no agronegócio, que representa cerca de 25% do PIB baiano, quase 30% do PIB do agronegócio nordestino e 44% da produção regional de grãos. Por isso, a realização da Fenagro – Feira Internacional da Agropecuária da Bahia, que segue até o dia 7/12 no Parque de Exposições, é um evento da maior importância para a economia baiana e vai movimentar cerca de R$ 120 milhões em negócios e receber mais de 200 mil visitantes. Promovida pela Seagri e realizada pelo grupo A Tarde, a Fenagro permite que a capital do Estado conheça a pujança do campo. A feira é uma vitrine do agronegócio, mostrando que o crescimento do setor pode ser feito unindo inovação e sustentabilidade.

O TERMINAL DE MADRE DEUS

A Acelen, que está completando quatro anos à frente da Refinaria de Mataripe, já investiu, nesse período, mais de R$ 3 bilhões na modernização da planta industrial. Incluindo R$ 70 milhões  na primeira etapa da requalificação do Temadre –  Terminal Aquaviário de Madre de Deus. Com isso, o Temadre tem agora  o terminal com  o maior calado do Nordeste, podendo receber navios do tipo SuezMax, com capacidade em torno de um milhão de barris de petróleo. São quatro os maiores portos da região Nordeste, em movimentação de carga: o Terminal de Ponta da Madeira (minério de ferro), da Vale, e o Porto de Itaqui no Maranhão. Suape, em Pernambuco, e o Temadre ( petróleo e derivados).

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