

A mobilização para uma possível greve nacional dos caminhoneiros nesta quinta-feira (4), de dezembro de 2025, ganhou força nos últimos dias, porém ainda é marcada por forte divisão interna e incertezas sobre a dimensão que o movimento poderá alcançar. Embora uma convocação oficial tenha sido protocolada por representantes da categoria, as principais entidades do transporte autônomo e empresarial negam adesão e afirma não reconhecer o chamado.
Convocação oficial e pautas da categoria
O anúncio da paralisação foi feito por lideranças como Chicão Caminhoneiro, representante da União Brasileira dos Caminhoneiros (UBC), com apoio jurídico declarado do advogado Sebastião Coelho. A convocação inclui uma série de reivindicações consideradas históricas pela categoria, entre elas:
Os organizadores afirmam ainda que o movimento não tem caráter político-partidário, tentando afastar o fantasma da polarização que marcou convocações anteriores.
Divergências e negação das entidades representativa
Apesar da chamada, entidades de grande influência no setor — como a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e federações regionais — negam que exista uma mobilização oficial e dizem não reconhecer legitimidade na convocação.
Lideranças tradicionais, como Wallace Landim, o “Chorão”, também se posicionaram contra a paralisação, afirmando que não foram consultados e alertando para o risco de uso político do movimento. A ausência de assembleias, votação interna e coordenação unificada contribui para o clima de incerteza.
A divisão interna reacende um debate recorrente na categoria: a falta de uma representação realmente centralizada, capaz de articular decisões amplas e consensuais.
Clima de incerteza e possível impacto nacional
Mesmo sem consenso, a possibilidade de manifestações pontuais já preocupa setores econômicos. Uma paralisação, mesmo parcial, pode gerar:
Especialistas ouvidos por economistas e analistas estimam que o impacto dependerá inteiramente da adesão real dos caminhoneiros nas primeiras horas do dia 4.
Movimento pode ser menor que greves históricas
A falta de alinhamento entre as diferentes frentes de caminhoneiros, autônomos, empresas, cooperativas e motoristas vinculados a plataformas, faz com que muitos analistas avaliem que a paralisação de 2025 dificilmente atingirá o nível de mobilização visto em 2018, quando o país ficou praticamente parado por dez dias.
Ainda assim, mesmo protestos menores podem afetar a rotina de diversas cidades.
Governo monitora, mas mantém cautela
Até o momento, não há indicação de medidas emergenciais por parte do governo federal. Fontes ligadas ao setor de infraestrutura afirmam que a Polícia Rodoviária Federal está em regime de atenção, monitorando locais tradicionalmente usados para bloqueios.
O governo teme que pequenos grupos possam tentar interromper rodovias estratégicas, o que geraria impacto imediato no abastecimento.
O que esperar nas próximas hora
Para consumidores e empresas, a recomendação é acompanhar atualizações constantes ao longo do dia, sobretudo nas regiões de maior dependência do transporte rodoviário, como Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
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