quarta, 03 de dezembro de 2025
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GREVE À VISTA? CAMINHONEIROS ANUNCIAM PARALISAÇÃO NACIONAL, MAS MOVIMENTO DIVIDE CATEGORIA

VICTOR OLIVEIRA - 03/12/2025 16:10 - Atualizado 03/12/2025

A mobilização para uma possível greve nacional dos caminhoneiros nesta quinta-feira (4), de dezembro de 2025, ganhou força nos últimos dias, porém ainda é marcada por forte divisão interna e incertezas sobre a dimensão que o movimento poderá alcançar. Embora uma convocação oficial tenha sido protocolada por representantes da categoria, as principais entidades do transporte autônomo e empresarial negam adesão e afirma não reconhecer o chamado.

Convocação oficial e pautas da categoria

O anúncio da paralisação foi feito por lideranças como Chicão Caminhoneiro, representante da União Brasileira dos Caminhoneiros (UBC), com apoio jurídico declarado do advogado Sebastião Coelho. A convocação inclui uma série de reivindicações consideradas históricas pela categoria, entre elas:

  • Estabilidade contratual e garantia de cumprimento das leis de transporte de cargas;

 

  • Reestruturação do marco regulatório do setor;

 

  • Aposentadoria especial após 25 anos de atividade comprovada;

 

  • Congelamento e refinanciamento de dívidas de caminhoneiros autônomos;

 

 

  • Melhoria das condições gerais de trabalho e segurança nas estradas.

Os organizadores afirmam ainda que o movimento não tem caráter político-partidário, tentando afastar o fantasma da polarização que marcou convocações anteriores.

Divergências e negação das entidades representativa

Apesar da chamada, entidades de grande influência no setor — como a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e federações regionais — negam que exista uma mobilização oficial e dizem não reconhecer legitimidade na convocação.

Lideranças tradicionais, como Wallace Landim, o “Chorão”, também se posicionaram contra a paralisação, afirmando que não foram consultados e alertando para o risco de uso político do movimento. A ausência de assembleias, votação interna e coordenação unificada contribui para o clima de incerteza.

A divisão interna reacende um debate recorrente na categoria: a falta de uma representação realmente centralizada, capaz de articular decisões amplas e consensuais.

Clima de incerteza e possível impacto nacional

Mesmo sem consenso, a possibilidade de manifestações pontuais já preocupa setores econômicos. Uma paralisação, mesmo parcial, pode gerar:

  • Atraso no abastecimento de alimentos, combustíveis e medicamentos;

 

  • Aumento temporário de preços, principalmente em combustíveis e itens básicos;

 

  • Congestionamentos e bloqueios em rodovias estratégicas;

 

  • Instabilidade logística para comércio e indústria.

Especialistas ouvidos por economistas e analistas estimam que o impacto dependerá inteiramente da adesão real dos caminhoneiros nas primeiras horas do dia 4.

Movimento pode ser menor que greves históricas

A falta de alinhamento entre as diferentes frentes de caminhoneiros, autônomos, empresas, cooperativas e motoristas vinculados a plataformas, faz com que muitos analistas avaliem que a paralisação de 2025 dificilmente atingirá o nível de mobilização visto em 2018, quando o país ficou praticamente parado por dez dias.

Ainda assim, mesmo protestos menores podem afetar a rotina de diversas cidades.

Governo monitora, mas mantém cautela

Até o momento, não há indicação de medidas emergenciais por parte do governo federal. Fontes ligadas ao setor de infraestrutura afirmam que a Polícia Rodoviária Federal está em regime de atenção, monitorando locais tradicionalmente usados para bloqueios.

O governo teme que pequenos grupos possam tentar interromper rodovias estratégicas, o que geraria impacto imediato no abastecimento.

 O que esperar nas próximas hora

  • As próximas horas serão decisivas para determinar:

 

  • Se haverá adesão massiva à paralisação;

 

  • A intensidade das mobilizações em rodovias;

 

  • A reação do governo federal e de governos estaduais;

 

  • O comportamento dos preços e do abastecimento.

Para consumidores e empresas, a recomendação é acompanhar atualizações constantes ao longo do dia, sobretudo nas regiões de maior dependência do transporte rodoviário, como Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Foto: Reprodução

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