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FESTIVAL SESI 2025 APRESENTA 150 PROJETOS CIENTÍFICOS DE ESTUDANTES QUE SOLUCIONAM PROBLEMAS COTIDIANOS

João Paulo - 27/11/2025 12:57

Já pensou em produzir biocombustível a partir da biomassa de banana? E sabia que a farinha de amêndoa de manga tem potencial para substituir o cacau na produção de chocolate? Ideias inovadoras como estas serão apresentadas por estudantes da educação básica na segunda edição da FENIC – Feira Internacional de Iniciação Científica, que acontece nos dias 12 e 13 de dezembro, na Escola SESI Djalma Pessoa, em Piatã, Salvador.

Promovida pelo SESI Nacional em parceria com o SESI Bahia, a feira integra a programação do II Festival SESI de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) e tem como objetivo incentivar a produção científica na educação básica e no ensino técnico, estimulando a criatividade, a inovação e o protagonismo de jovens estudantes.

A edição deste ano consolida o crescimento da FENIC: foram mais de 680  candidatos – quase o dobro de 2024 – e 150 selecionados. No ano passado, foram 120 finalistas. “A FENIC promove a cultura científica através de projetos de estudantes que desenvolvem soluções práticas para problemas cotidianos, que têm relação com a vida deles, sejam problemas locais ou globais”, revela Fabiane Lima, especialista em educação científica e coordenadora da FENIC.

Aberta ao público, a feira é gratuita e qualquer pessoa interessada poderá assistir a demonstrações dos estudos feitos pelos alunos, que muitas vezes usarão protótipos nos experimentos realizados ao vivo. A mostra acontece no dia 12/12 (sexta-feira), das 9h30 às 18h, e no dia 13/12 (sábado), das 9h às 13h.

INTERNACIONAL – Fernando Moutinho, responsável pela gerência de educação científica e tecnológica do SESI Bahia, ressalta que pesquisas inovadoras vão além das universidades: “Estudantes e professores de educação básica se reconhecem na FENIC como pesquisadores. Pesquisa não tem a ver com onde você está, mas com o que você faz. O professor que orienta e desenvolve pesquisa é um pesquisador. As feiras científicas são uma oportunidade para os professores da educação básica se desenvolverem como pesquisadores”.

A edição deste ano chega com uma importante novidade: pela primeira vez, projetos internacionais participam do evento em Salvador. No total, são dez experimentos internacionais, sendo seis do Paraguai; um da Argentina; um do Chile; um da Colômbia e um do Equador. Do Brasil, participarão jovens pesquisadores das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul, com representantes de 16 estados, vindos de 63 cidades brasileiras.

Moutinho defende que a participação de projetos vindos de outros países e estados brasileiros promove o intercâmbio entre estudantes, o que constrói um horizonte de estímulo aos jovens baianos, uma vez que, através do esforço e do conhecimento, ele percebe que pode construir uma perspectiva diferente e ter uma ascensão social.

“Pense num estudante que nunca imaginou sair do interior da Bahia nem vir a Salvador. Agora, na FENIC, ele tem essa oportunidade de ter um trabalho reconhecido, de conversar com avaliadores e pesquisadores e conhecer outros estudantes e projetos. A feira é um espaço de consolidar, construir sonhos e de reconhecimento do professor”.

PROFESSORES – Orientadores dos projetos apresentados, os professores  exercem papel fundamental na FENIC. Uma dessas educadoras é Jamille Caldas, que estará com estudantes da Escola Sesi Djalma Pessoa (Salvador/BA) para apresentar o projeto Biopele: Curativo para Tratamento Paliativo de Feridas. O grupo desenvolveu a ideia depois de perceber que moradores de zonas rurais e remotas tinham dificuldade em ter acesso a serviços de saúde.

“Essa problemática faz com que essas pessoas vulneráveis tenham que se deslocar para regiões mais distantes para conseguir atendimento médico. Entretanto, o tempo de espera até a chegada a um hospital ou posto de saúde pode agravar o estado de uma ferida e a tornar um caso de maior complexidade”, argumenta Jamille.

O curativo criado pelos estudantes tem um sistema de liberação controlada de fármacos, unindo diferentes ações terapêuticas como antibacterianas, anti-hemorrágicas, antifúngicas, antiinflamatorias, antioxidantes e cicatrizantes. “Ele não só protege a ferida como também acelera o processo de regeneração tecidual e cria um ambiente úmido que auxilia a cicatrização por meio da formação de um hidrogel”, acrescenta a orientadora.

Outro trabalho que o público poderá conhecer é chamado “Potencial da Farinha da Amêndoa de Manga Como Alternativa ao Cacau na Produção de Chocolate”, desenvolvido também por alunos da Escola Sesi Djalma Pessoa, sob orientação de Camila Hohenfeld, doutora em genética vegetal. A professora explica que o aumento do consumo global de chocolate tem impulsionado a busca por alternativas sustentáveis ao cacau, uma vez que a produção deste fruto é vulnerável a variações climáticas e pressões socioeconômicas.

Ela argumenta que o Brasil é um dos principais produtores mundiais de manga e as sementes da fruta são frequentemente descartadas de forma inadequada. A pesquisa concluiu que a manga tem uma equivalência sensorial ao cacau e baixo índice de citotoxicidade – capacidade de causar danos às células. Essa fruta, portanto, pode se tornar candidata a uma alternativa ao cacau na produção de chocolate.

Sobre a FENIC – A FENIC é uma das feiras científicas nacionais credenciadas da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), a maior do país, realizada na USP há mais de 20 anos. Com sede na capital baiana, a FENIC tem como público-alvo estudantes do 9º ano do ensino fundamental à 3ª série do ensino médio e técnico, com idades entre 12 e 21 anos.

Entre seus principais objetivos, estão o desenvolvimento do letramento científico por meio de projetos de pesquisa inovadores nas áreas de Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens, Matemática e Engenharia, e a difusão do conceito STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics).

A FENIC também se propõe a ser uma ferramenta para o fortalecimento de competências essenciais do século XXI, como pensamento crítico, criatividade e colaboração, engajamento de professores em práticas pedagógicas inovadoras e a contribuição para a melhoria dos índices educacionais na Bahia, a partir do fortalecimento da cultura científica.

“O SESI já tinha expertise em realizar torneios de robótica, como o FIRST LEGO League. Com essa bagagem, pensamos em criar um evento que ampliasse a atuação, agregando a iniciação científica como evento nacional, apresentando e reconhecendo projetos de pesquisa da Bahia e do Brasil”, afirma Cléssia Lobo, superintendente executiva de Educação e Cultura do SESI Bahia.

SERVIÇO:

II FENIC – Feira Internacional de Iniciação Científica

Data: 12 e 13 de dezembro (sexta-feira e sábado)

Horário: Sexta-feira (12) – 9h30 às 18h

Sábado (13) – 9h às 13h

Local: Escola SESI Djalma Pessoa

Endereço: Av. Orlando Gomes, 1737 – Piatã, Salvador – BA, 41650-010

Entrada gratuita com retirada de ingressos pelo Sympla

Link Sympla:

https://www.sympla.com.br/evento/festival-sesi-de-ciencia-tecnologia-e-inovacao-2025/3231218

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