O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) decidiu anular três itens do Enem 2025 após a identificação de similaridades entre conteúdo divulgado por um cursinho preparatório no Ceará e perguntas presentes na prova. A Polícia Federal foi acionada para investigar eventual quebra de sigilo e responsabilizar possíveis envolvidos.
Em nota, o Inep afirmou que nenhuma das questões exibidas na internet era idêntica às aplicadas em 2025, mas reconheceu “similaridades pontuais” e confirmou que a equipe técnica responsável pela montagem das provas optou pela anulação de três itens. O órgão destacou ainda que mantém rigorosos protocolos de segurança para calibrar o Banco Nacional de Itens e que todos foram cumpridos.
“Ao identificar relatos de antecipação de questões similares às do Enem 2025, a equipe técnica analisou as circunstâncias e decidiu pela anulação de três itens aplicados”, informou o instituto.
Os rumores sobre um possível vazamento de questões do Enem ganharam força na noite de segunda-feira (17), um dia após a aplicação das provas de matemática e ciências da natureza, realizadas no domingo (16). A suspeita se intensificou após Edcley Teixeira, estudante de Medicina de Sobral (CE) e criador de uma monitoria pré-vestibular, afirmar ter “previsto” questões que caíram no exame.
No dia 11 de novembro, cinco dias antes do segundo dia de provas, Edcley realizou uma live no YouTube apresentando ao menos cinco questões quase idênticas às aplicadas oficialmente. Algumas tinham os mesmos números, formatos e até a ordem das alternativas. Apostilas do curso também continham uma sexta questão semelhante, sobre tijolos.
Nas redes sociais, o estudante publicou capturas de tela comparando questões “autorais” com itens da prova oficial, ambas com enunciados e gabaritos idênticos. Uma aula divulgada no YouTube mostra a resolução de algumas dessas questões dias antes do Enem.
Candidatos que realizaram o exame notaram as similaridades e passaram a questioná-lo publicamente, marcando perfis do Inep, do Ministério da Educação (MEC) e do ministro Camilo Santana.
O Inep reforçou que a PF investigará a conduta e a autoria da divulgação, visando esclarecer se houve quebra de confidencialidade ou má-fé na suposta antecipação dos conteúdos.
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