

Campanhas de saúde masculina, como o Novembro Azul, costumam acender a importância de alguns cuidados da saúde do homem. Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB) revelam uma emergência silenciosa: o câncer de pele é o tipo de câncer mais prevalente entre os homens no Brasil, correspondendo a 31,3% do total de casos neste grupo.
De acordo com o levantamento da SDB, em 2023 foram estimados 220.490 novos casos de câncer de pele não melanoma, sendo 101.920 em homens, Entre 2020 e 2022, 58,5% dos óbitos por câncer de pele, especialmente do tipo melanoma, ocorreram na população masculina (20.959 mortes), superando os 41,5% registrados entre as mulheres.
Essa alta taxa de mortalidade está diretamente ligada à baixa adesão a cuidados básicos. Pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelou que apenas 6,5% dos homens em São Paulo usam protetor solar diariamente. Outro estudo da Unicamp revela que 77% dos homens nunca ou raramente aplicam protetor solar no dia a dia.
O cirurgião oncológico Dr. Carmine de Siervi explica que os locais mais comuns do câncer de pele masculino são tronco, costas, rosto, pescoço e orelhas. “Tanto em se tratando do câncer tipo não melanoma quanto o melanoma, o tratamento cirúrgico é a principal abordagem para a maioria dos casos. Em se tratando do câncer não melanoma, o procedimento é simples, dura cerca de duas horas e, normalmente, não requer outras abordagens, como quimioterapia ou imunoterapia”.
A dermatologista Dra. Laryssa Faiçal enfatiza a simplicidade da prevenção: “Aplicar protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados, e evitar exposição solar nos horários de pico. Para o rastreio, a indicação é que todo homem, especialmente aqueles com histórico familiar ou exposição solar intensa, visite o dermatologista pelo menos uma vez ao ano para uma avaliação completa de lesões suspeitas. A prevenção é simples, mas a negligência solar tem um custo alto e imediato em termos de morbidade e mortalidade.”



