

A Braskem está avançando com a implantação de uma nova caldeira elétrica em Paulínia (SP). Com início de operação previsto para o segundo semestre de 2026, a iniciativa, desenvolvida em parceria com a ComBio, envolve o uso de energia renovável e deve gerar uma redução aproximada de 20% nos custos operacionais.
O projeto encontra-se em fase de licenciamento ambiental e aquisição de equipamentos. A caldeira terá capacidade de 12 toneladas por hora (t/h) de produção de vapor e substituirá parte do volume que, atualmente, a unidade compra da Refinaria de Paulínia (Replan).
A eletrificação envolve a alocação da energia solar e eólica proveniente de um dos Power Purchase Agreements (PPAs), contratos de longo prazo para a compra e venda de energias renováveis, da petroquímica. A implementação da infraestrutura não causará a parada da planta.
“Esse é outro ganho do projeto”, diz o gerente de Desenvolvimento de Negócios de Energia da Braskem, Robson Casali, ao Broadcast. “Não estamos fazendo apenas uma substituição pura e simples do fornecimento de vapor. Buscamos uma solução que nos permita algumas recuperações de calor no processo, o que proporcionará maior eficiência”, sustenta.
A parceria com a ComBio foi estruturada em um contrato de 15 anos, que contempla a aquisição, implantação e manutenção dos ativos. A Braskem ficará responsável pela operação, enquanto a ComBio atuará para garantir a performance dos equipamentos, gerando otimização de custos para ambas as empresas. O projeto foi dividido em duas fases e tem características modulares, também visando à otimização de recursos.
“A capacidade do projeto atende à necessidade atual que nosso processo demanda. Mas esse escopo oferece algumas sinergias no caso de uma futura expansão”, detalha.
Para a ComBio, o projeto marca a estreia da empresa no setor petroquímico.
“É um marco porque demonstra que há tecnologias para descarbonizar a indústria com todos os tipos de aplicação e necessidades”, diz o diretor comercial da ComBio, Gustavo Marchezin. “Essa planta ajuda a fazer com que o mercado enxergue essa outra vertente de descarbonização. Não só a biomassa ou o biometano, mas a eletrificação como algo sustentável em todos os sentidos”, pontua.
A Braskem diz que a mudança permitirá reduzir cerca de 65% das emissões de CO2 – escopos 1 e 2 – da unidade PP 3 PLN.
“Estamos reduzindo emissões relacionadas à combustão na região”, ressalta Casali. “Esta é uma das plantas que emitia menos e estamos mais próximos de atingir emissão quase zero. O sucesso desse projeto vai nos permitir ter a segurança de adaptar essa ideia em uma escala maior em outros locais da Braskem”, afirma.
A empresa possui 27 unidades industriais e a meta de diminuir em 15% suas emissões totais de carbono até 2030.
Fonte: Estadão Conteúdo
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