O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (13) que o Brasil tem problema com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e não com o país do Oriente Médio. Lula deu as declarações, durante entrevista coletiva na Itália, ao ser questionado sobre o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que foi mediado pelos Estados Unidos e concretizado com a liberação de reféns israelenses. “O Brasil não tem problema com Israel, o Brasil tem problema é com Netanyahu. A hora que Netanyahu não for mais governo, não haverá nenhum problema entre o Brasil e Israel, que sempre tiveram uma relação muito boa”, disse Lula.
Lula e Netanyahu já protagonizaram uma crise diplomática. O petista fez críticas ao premiê israelense e às ações do seu governo. Israel, por sua vez, declarou o presidente brasileiro “persona non grata” no país. Também na entrevista, o petista disse que grande parte do povo judeu não concordava com o conflito na Faixa de Gaza. E afirmou estar feliz com o cessar-fogo. “Eu não sei se é definitivo ou não, mas eu estou feliz porque é um começo muito promissor. O fato do presidente Donald Trump ter ido ao parlamento em Israel, ter falado é muito importante. Eu espero que aqueles que ajudaram Israel na sua posição de virulência agora ajudem a ter uma paz definitiva”, declarou.
Indicação para o STF
Lula concedeu entrevista em Roma, onde cumpriu agenda nesta segunda-feira. Na conversa com jornalistas, o petista também foi questionado sobre quem indicará para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. O petista disse que quer uma pessoa, homem ou mulher, “gabaritada” para a função e que ainda vai “conversar com muita gente” antes de fazer o anúncio.
“Eu quero uma pessoa, não sei se mulher ou homem, não sei se preto ou branco, quero uma pessoa gabaritada para assumir. Eu quero um ministro da Suprema Corte que terá como função específica cumprir a Constituição brasileira. É isso que eu quero”, declarou o presidente brasileiro.
Entre os nomes cotados para a vaga no STF, estão o do atual advogado-geral da União, Jorge Messias; o do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); o do ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas; e o da ministra do Superior Tribunal de Justiça Daniela Teixeira.
Lula também foi questionado sobre a situação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que já foi condenada à prisão no Brasil e que está detida na Itália, para onde fugiu. O petista disse que a parlamentar pagará, no Brasil ou na Itália, pelo que fez. “Eu nem lembrava esse nome [Zambelli]. Eu nem lembrava que ela estava aqui ou não. Para mim é uma pessoa que não merece respeito do que é uma democracia. Ela vai pagar pelo que fez, aqui [em Roma] ou no Brasil”, declarou Lula.
Jose Cruz/Agência Brasil