O Brasil tem se destacado nos investimentos em treinamentos e capacitação de funcionários no ambiente corporativo. É o que aponta um relatório da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), divulgado no fim de 2024.
Segundo o levantamento, os colaboradores brasileiros receberam, em média, 24 horas de treinamento ao longo do ano. O número supera, por exemplo, o dos Estados Unidos, cuja média anual é de 21 horas por profissional.
Apesar do bom desempenho em tempo dedicado à capacitação, os investimentos no Brasil ainda estão aquém. Mesmo assim, o cenário demonstra avanços e reforça o otimismo em torno da capacitação como atividade estratégica para empresas e líderes no país.
O relatório revela que, embora o tempo de treinamento seja maior, o investimento por colaborador ainda é limitado. Em 2024, foram gastos R$ 1.222 por profissional, um aumento de 14% em relação ao ano anterior. No entanto, o valor continua distante da média dos EUA, que investem US$ 1.200, cerca de R$ 6.673.
Na alocação desses recursos, 54% das empresas utilizam a folha de pagamento como referência. Outras 52% alinham os investimentos ao planejamento estratégico, e 51% baseiam suas decisões em levantamentos de necessidades de treinamento.
Além disso, quase metade do orçamento de T&D foi direcionado a profissionais que não ocupam cargos de liderança. Os não líderes concentraram 49% dos recursos, o que demonstra uma estratégia voltada ao fortalecimento operacional da base da empresa.
Após o impacto da pandemia, os treinamentos presenciais voltaram a crescer. Em 2024, eles representaram 47% das ações de capacitação realizadas, evidenciando a valorização do contato humano e das dinâmicas presenciais no processo de aprendizagem.
Com os avanços tecnológicos, 17% das empresas já utilizam inteligência artificial para desenvolver conteúdos personalizados, adaptados ao perfil e às necessidades de cada colaborador.
Além disso, 8% das companhias adotaram chatbots como assistentes virtuais de aprendizagem, facilitando o acesso a conteúdos de forma rápida e contínua.
A combinação entre tecnologias digitais e abordagens presenciais mostra uma tendência híbrida de aprendizagem, que busca engajar diferentes perfis e atender às exigências de um mercado em constante transformação.
Os diferentes níveis de liderança exercem papel fundamental na construção de uma cultura de aprendizagem contínua. Ao darem o exemplo e valorizarem o desenvolvimento de suas equipes, contribuem diretamente para ambientes mais produtivos e inovadores.
Para a consultoria Escola Koru, especializada em educação corporativa, aqueles que atuam de forma situacional, adaptando sua abordagem conforme o perfil de cada colaborador, geram uma série de benefícios para as organizações, incluindo:
De forma geral, o papel da liderança é decisivo para o sucesso de programas de capacitação. Ao incentivar o aprendizado contínuo, os gestores contribuem para um mercado de trabalho mais preparado para os desafios futuros.
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