A Bahia teve um aumento de 36% na geração de empregos formais no primeiro semestre de 2025 (janeiro a junho) em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2024 o saldo de geração de empregos (diferença entre admissões e demissões) foi de 9.984, enquanto que este ano chegou a 13.575 empregos com carteira assinada. Considerando os últimos três anos (2023-2025) o aumento de empregos no setor da indústria foi de 107%.
Os números que demonstram o fortalecimento do setor industrial no estado podem ser aferidos no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O último resultado, relativo ao mês de junho deste ano, foi divulgado na última segunda-feira, 04.
Considerando somente o mês de junho de 2025, o setor da indústria é o segundo que mais empregou na Bahia (26,6%), de acordo com o Caged, atrás somente do setor de serviços, com saldo de 36.950 empregos formais no período (40,5%). Já no acumulado de janeiro a junho, o setor industrial responde por 4,37% de todos os empregos gerados, ficando em 3º lugar. Os setores da Construção (5,27%) e da Agropecuária (5,16%) foram os que apresentaram melhor desempenho.
Na avaliação do secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Augusto Vasconcelos, a atração de novos investimentos para o estado é responsável pelo saldo positivo no setor da indústria.
“A Bahia segue liderando a geração de empregos na região Nordeste e o setor industrial tem nos ajudado justamente pela atração de novos investimentos, a chegada de empresas importantes e o fortalecimento do papel do Estado no desenvolvimento regional. As políticas públicas do governo do Estado em parceria com a FIEB e o setor privado têm alavancado a produção industrial e aumentado as possibilidades do nosso crescimento. Estamos trabalhando intensamente para verticalizar cada vez mais nossa produção para que não sejamos apenas exportadores de commodities, mas também de produtos industrializados e essa perspectiva tem gerado crescimento econômico”, disse o gestor da Setre.
Exemplos de investimentos no setor industrial no estado seriam a fabricante chinesa de automóveis BYD; a retomada da indústria naval com o Estaleiro Enseada, entre outros.
Subsetores – Em junho de 2025, houve saldo positivo de empregos em todos os subsetores da indústria, com destaque para o da ‘Indústria de Transformação’, que respondeu por 84,9% (1.806) do saldo subsetorial. O subsetor de Água, Esgoto, Atividades de Gestão de Resíduos e Descontaminação contabilizou saldo de 173 empregos e o subsetor ‘Eletricidade e Gás’ teve saldo de 84 empregos formais. Já a Indústria Extrativa registrou 64 empregos com carteira assinada.
O subsetor da indústria de transformação é formado por 24 grupos, sendo que em 19 deles houve saldo positivo na geração de empregos. O grupo de fabricação de produtos alimentícios aparece na frente com 29,0% de todo o saldo do subsetor da Indústria de Transformação (523 empregos formais). Na sequência estão a fabricação de produtos têxteis (491 ou 27,3%) e fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que representou 19,0% (344 empregos).
Análise – A técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ludmila Giuli Pedroso, avalia que a Indústria apresenta um potencial de geração de empregos significativo no estado, tendo em vista que a taxa de criação de empregos no setor foi de 3,87%, em 2024. Embora a taxa de criação de empregos no setor fique atrás do setor de Serviços (5,24%) e do Comércio (4,26%), o resultado foi melhor do que no ano anterior, quando havia registrado 0,75%. Além disso, o setor tem possibilitado melhores remunerações do que outros setores.
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