O encontro da Cúpula de Líderes do Brics — grupo formado por 11 países, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — começa neste domingo (6), no Rio de Janeiro.
Um dos principais objetivos do grupo é ampliar a influência dos países do Sul Global na governança internacional.
Sob a presidência brasileira, os temas prioritários definidos são: Saúde, Meio Ambiente e Inteligência Artificial (IA). Temas ligados à guerra na Ucrânia e aos confrontos no Oriente Médio devem ficar fora da agenda oficial.
A expectativa do governo brasileiro é de aprovar não só a declaração final dos chefes de Estado como três declarações conjuntas nas áreas prioritárias, resultado de discussões técnicas que vêm ocorrendo ao longo do ano. Segundo fontes do Itamaraty, a meta é dar ênfase a conquistas concretas da presidência brasileira à frente do bloco.
Os países do Brics vão manifestar “sérias preocupações” com a escalada protecionista e medidas unilaterais de comércio, em uma referência à guerra tarifária deflagrada por Donald Trump, conforme a declaração final dos líderes reunidos no Rio de Janeiro.
“Manifestamos sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)”, diz um trecho a declaração.
Embora não haja menção direta aos Estados Unidos, pessoas envolvidas nas negociações do comunicado afirmam que Trump foi o alvo.
“A proliferação de medidas restritivas ao comércio, seja na forma de aumento indiscriminado de tarifas e medidas não tarifárias, seja de protecionismo sob o pretexto de objetivos ambientais, ameaça reduzir ainda mais o comércio global, interromper as cadeias de suprimentos globais e introduzir incerteza nas atividades econômicas e comerciais internacionais”, diz outro trecho da declaração.