O rendimento líquido médio dos juízes brasileiros chegou a R$ 65.531 em março deste ano, de acordo com nota técnica do Movimento Pessoas à Frente divulgada nesta segunda-feira (30) pelo portal Uol. O valor considera os salários já com descontos obrigatórios de impostos e previdência.
O crescimento é significativo em relação ao ano anterior. Em 2023, o valor médio era de R$ 45.050, e subiu para R$ 54.942 em 2024, um aumento de 21,95%. A expectativa é de que a alta continue em 2025.
O principal fator por trás desse avanço é o crescimento dos benefícios adicionais, que vêm aumentando mais rapidamente que os subsídios fixos. Em setembro de 2017, esses extras representavam 11,8% da remuneração. Já em janeiro de 2025, esse percentual subiu para 43,7%. Se o ritmo for mantido, eles devem em breve compor a maior parte da renda dos magistrados.
Entre os principais fatores de alta estão a licença compensatória — que remunera o acúmulo de funções e passou a ser acumulável acima do teto após mudança em 2023 — e os pagamentos retroativos, que têm sido liberados antes da decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de limitar esse tipo de repasse.
Segundo o levantamento, os valores que superam o teto do funcionalismo público somaram R$ 10,5 bilhões em 2024, contra R$ 7 bilhões em 2023 — uma alta de 49%, bem acima da inflação do período, que foi de 4,83%.
“Se considerarmos o aumento que foi identificado entre 2023 e 2024, de 49,3%, em apenas dois anos, esse valor terá dobrado”, afirmou ao Uol Jessika Moreira, diretora-executiva do Movimento Pessoas à Frente.
A entidade defende que a reforma administrativa em tramitação na Câmara dos Deputados inclua medidas para combater os chamados supersalários no setor público.
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