A maior festa regional do Brasil, o São João deste ano promete, mais uma vez, aquecer a economia local, especialmente os setores de comércio e turismo. De acordo com projeção da Fecomércio BA, os segmentos diretamente ligados ao período, como vestuário e supermercados, devem crescer, em média, 2% em relação ao mesmo período do ano passado, com faturamento estimado de R$ 2 bilhões.
“São foliões em busca de tecidos e roupas típicas para aproveitar as festas. No setor de alimentos, observa-se uma procura intensa por insumos para a preparação de pratos juninos, como canjica, bolo de milho, cuscuz, entre muitos outros. Além disso, há uma demanda por mantimentos para abastecer a casa durante viagens com familiares e amigos, visando às refeições do período”, descreve o presidente do Sistema Comércio BA -Fecomércio, Sesc e Senac-, Kelsor Fernandes, sobre o movimento do período.
A boa notícia é que o preço do milho — base para muitos dos principais pratos da estação — está em queda nos últimos meses no mercado brasileiro. “Segundo o IBGE, o milho em conserva, utilizado como referência de preço, apresentou recuo de quase 13% na Região Metropolitana de Salvador em um ano até abril. Já o fubá de milho, outro produto com dados disponíveis nacionalmente pelo Instituto, teve queda de 4,37%. Por outro lado, os derivados do leite, como o leite longa vida e o leite condensado, registraram alta média de cerca de 10%, o que pode levar o consumidor a gastar um pouco mais com esses itens este ano”, informa o consultor econômico do Sistema Comércio BA, Guilherme Dietze.
No que diz respeito ao turismo, o ritmo de crescimento deve ser ainda mais forte. Conforme projeções da Fecomércio BA, o mês de junho deve apresentar uma elevação de 7,4% na comparação anual, levando a um faturamento das atividades turísticas de R$ 550 milhões.
Como a Entidade vem analisando ano após ano, a festa junina tem forte apelo regional. Tanto é que, ao se observar os dados de movimentação dos aeroportos, junho é relativamente um mês fraco. Em contraste, na rodoviária de Salvador, já são dois anos consecutivos em que junho registra a maior movimentação do ano, superando inclusive os períodos de Natal e férias escolares. Nas rodovias pedagiadas do Estado, o cenário é semelhante: junho figura entre os meses com maior volume de tráfego de veículos.
Muito além dos impactos no comércio e no turismo, o São João é uma celebração que enaltece a cultura regional, fortalece a economia do interior e contribui significativamente para a geração de emprego e renda no período. Portanto, o São João se consolida como um importante motor socioeconômico da Bahia.
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