A publicação e revogação parcial de um decreto que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) acirraram os ânimos no governo Lula. O Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, não apresentou previamente ao presidente os detalhes da medida, que impactou investimentos no exterior.
Em entrevista ao O Globo, Haddad afirmou que “o decreto foi debatido na mesa do presidente”, o que foi mal recebido por aliados do Planalto. Internamente, a declaração foi interpretada como uma tentativa de transferir a responsabilidade da crise para Lula, que não teria sido informado dos pormenores da decisão.
A proposta visava aumentar a arrecadação e reduzir o bloqueio de R$ 51,8 bilhões previsto nas despesas. Com o novo IOF, a previsão de cortes caiu para R$ 31,3 bilhões. A meta era gerar R$ 20,5 bilhões em 2025 e o dobro em 2026.
O episódio alimentou o embate entre Haddad e o ministro Rui Costa (Casa Civil), ampliando a tensão dentro do núcleo do governo.
Foto: Ricardo Stuckert / PR