O prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (União Brasil), tem chamado atenção por uma postura mais moderada em relação ao governador Jerônimo Rodrigues (PT). Em entrevista ao programa De Olho na Bahia, da Rádio Mix FM Salvador, nesta segunda-feira (26), o gestor evitou críticas diretas ao governo estadual e reforçou um discurso de diálogo, alimentando rumores sobre um possível reposicionamento político.
Questionado sobre uma eventual aliança com o PT, Zé Ronaldo respondeu de forma cautelosa. “Eu ouço, converso e dialogo. Mas a decisão política será tomada no momento certo”, disse, sem confirmar rompimento com a oposição, da qual é figura central na Bahia.
O prefeito destacou a prioridade na gestão municipal e reiterou o compromisso com o relacionamento institucional. “Eu disse na minha campanha que, eleito prefeito de Feira, manteria relação institucional com o governador, com o governo federal e Brasília, e isso estou fazendo”, declarou.
Embora negue movimentações com foco em 2026, Zé Ronaldo reconheceu a importância do apoio do governo estadual para viabilizar projetos, como a construção de um novo hospital por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), ainda em estudo por uma fundação nacional.
Durante a entrevista, também mencionou as dificuldades encontradas ao reassumir a administração municipal. Segundo ele, havia atrasos salariais significativos. “Assumi uma prefeitura onde havia pessoas com dois, até três meses de salários atrasados. Resolver isso em cinco meses foi um esforço gigantesco”, relatou.
Apesar de afastar a ideia de que o município esteja em colapso financeiro, o prefeito reconheceu a necessidade de medidas rigorosas para estabilizar as contas públicas. Ele acredita que a situação deve melhorar no segundo semestre.
Mesmo tendo apoiado o ex-prefeito Colbert Martins (MDB), Zé Ronaldo não hesitou em fazer ressalvas à antiga gestão. “Não são críticas pessoais, são fatos que a imprensa local mostrou com clareza”, afirmou.
Por fim, adiantou que novas ações estruturantes serão divulgadas em breve, sempre com planejamento técnico e diálogo com outras esferas de governo.
Foto: Luciano Carcará/Serin