A oferta apresentada pelo empresário Nelson Tanure à Novonor para compra da Brakem foi bem bem-sucedida, pois Tanure acomodou interesses da antiga Odebrecht – que busca permanecer como sócia da companhia, com uma com uma fatia de ao menos 3,5% e simplificou as tratativas ao prever a manutenção do atual acordo de acionistas, firmado entre Novonor e Petrobras. Agora, o poder de decisão está nas mãos da estatal e dos bancos credores da holding.
Não está nos planos de Tanure comprar dos bancos a dívida da antiga Odebrecht para convertê-la em participação acionária. A intenção é conduzir um processo de renegociação, incluindo redução do passivo, eventual participação acionária na Braskem e alongamento do prazo do saldo, “como foi na Light”.
Faz parte da proposta ainda que a Petrobras permaneça na sociedade. Além de ser a principal fornecedora local de matérias-primas, tem direito de preferência sobre as ações da Novonor na Braskem, mas até hoje não tornou pública uma eventual decisão de sair ou permanece
A proposta de Tanure é assumir indiretamente, via fundo de investimento, a posição de controle da Novonor, que tem 38,3% do capital total da Braskem, e 50,1% das ações com direito a voto (ON). O acordo firmado na semana passada prevê um período de exclusividade de 90 dias, podendo ser prorrogado.
Esse período passa a contar justamente a partir do momento em que a Petrobras indicar se quer comprar a fatia da sócia, vender suas ações nas mesmas condições acertadas pela Novonor (a Petrobras também tem esse direito) ou se permanece na posição atual.
Mas, segundo informa a agência Reuters, a Petrobras quer uma revisão no acordo de acionistas na Braskem para melhorar sua representatividade e ser mais ouvida nas decisões da empresa.
A grande aposta do empresário, que atua em diferentes setores e tem experiência antiga no setor de óleo e gás, é na transformação da Braskem em grande produtora de petroquímicos de base renovável (verdes), o que já tem sido executado dentro da empresa, bem como sua migração da nafta petroquímica como matéria-prima para gás natural.
Questionada nesta segunda-feira sobre como avaliava a proposta do fundo de Tanure pela fatia da Novonor na Braskem, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que ela vem na direção correta.
“A Braskem tem uma situação societária que a gente precisa resolver, e a proposta do Tanure vem na direção dessa solução e também a movimentação de bancos no passado”, afirmou a jornalistas, Chambriard, durante evento no BNDES, nesta segunda-feira. Com informações da Reuters e Valor Econômico.
Foto: Divulgação