Marcada por dores musculares generalizadas, fadiga e alterações cognitivas, a fibromialgia é uma condição reumatológica crônica que afeta inúmeros brasileiros, principalmente mulheres. Além de comprometer a qualidade de vida e a produtividade, a doença também tem um impacto significativo no sono, dificultando o descanso reparador e piorando os sintomas.
Dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) indicam que quase 95% dos pacientes com fibromialgia apresentam distúrbios do sono, com dificuldade para alcançar estágios profundos de descanso. A alteração no padrão do sono foi identificada no início da década de 1980, quando pesquisadores notaram que os pacientes permaneciam em sono leve e, frequentemente, interrompido.
Médico especialista em medicina da dor da Clínica Ceder, Luiz Maurício explica que o paciente com fibromialgia, geralmente, apresenta uma ativação excessiva do sistema nervoso simpático, o que agrava seu estado clínico. “Com isso, o paciente vai dormir já cansado pela dor, não consegue repor a energia, e um ciclo vicioso se instala, comprometendo ainda mais o sono”, aponta.
Benefícios de um sono regenerador
A falta de sono profundo compromete a produção de hormônios e neurotransmissores importantes, como a serotonina e a melatonina, substâncias fundamentais para a regulação do humor, da dor e da recuperação muscular. Por isso, estratégias para melhorar o sono são consideradas parte essencial do tratamento.
De acordo com o Dr. Luiz Maurício, quando o paciente com fibromialgia consegue dormir melhor, há uma redução na hiperatividade do sistema nervoso simpático, contribuindo para reduzir a sensibilidade corporal e, consequentemente, a dor no dia seguinte.
O especialista destaca também que manter uma rotina de sono saudável exige a criação de um ambiente propício ao descanso. “Evitar o uso de telas, fazer a última refeição mais cedo, garantir um quarto escuro e silencioso, e, quando indicado por um médico, considerar o uso de suplementos como magnésio, inositol e melatonina em baixas doses são práticas que contribuem significativamente para a qualidade do sono”, explica.
Outras medidas incluem ainda a prática de atividades físicas leves, manter horários regulares para dormir e acordar e buscar suporte psicológico, especialmente quando há sinais de ansiedade ou depressão.
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