O retorno do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), depois de uma viagem até a China com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não facilitou o acesso da oposição ao chefe do Congresso. Até o momento, líderes da oposição ainda não tiveram acesso a Alcolumbre. A proximidade de Alcolumbre com Lula tem incomodado a oposição no Senado. De acordo com líderes, nem mesmo o contato por telefone tem sido fácil com o presidente da Casa e ainda não conseguiram uma reunião com o senador desde seu retorno. Um dos principais incômodos é que essa aproximação se dá em um momento no qual uma proposta alternativa para o PL da Anistia, que propõe anistiar os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Esse texto, que seria negociado com Alcolumbre, ainda não foi apresentado à oposição.
Para o grupo, é impossível dizer que apoia uma proposta intermediária sem que eles tenham acesso ao presidente do Senado. Senadores dizem desconhecer até mesmo qual seria realmente a nova proposta. Com isso, a oposição mantém a defesa do texto que foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Com essa versão,a anistia pode estender para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso ele seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe. O PL da Anistia teve a sua urgência apresentada pelo Partido Liberal, mas o tema está sendo segurado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que também tenta costurar o texto intermediário à anistia em colaboração com Alcolumbre e o STF. A alternativa tentaria reduzir a pena de réus de menor importância condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e agravar a pena para quem lidera ou comanda uma tentativa de golpe. O PL na Câmara já mostrou ser resistente ao novo texto.
Foto: Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
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