Nesta quarta-feira (21), o ex- comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Junior prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) e confirmou diversos pontos da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Carlos relembrou reuniões com ex- presidente Jair Bolsonaro (PL), na qual foram discutidas medidas para reverter a derrota nas eleições, e relatou que ex- comandante do Exercito Marco Antônio freire Gomes chegou a ameaçar Bolsonaro de prisão caso isso fosse para frente.
O brigadeiro também ressaltou que avisou o ex-presidente de que não havia provas de fraudes nas urnas eletrônicas e que bolsonaro pressionou pelo adiamento da publicação de um relatório do Ministério da defesa sobre o tema.
Outro ponto confirmado por Baptista Junior foi de que o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria colocado as suas tropas à disposição do presidente.
— Em uma dessas reuniões, eu tenho uma visão muito passiva do almirante Garnier. Eu lembro que o Paulo Sérgio, Freire Gomes e eu conversávamos mais, debatíamos mais, tentávamos demover mais o presidente. Em uma dessas (reuniões), chegou o ponto em que ele falou que as tropas da Marinha estariam à disposição do presidente.
Depois, reforçou o relato, ao citar o número de fuzileiros da Marinha, que teriam sido ditos por Garnier:
— Eu não fiquei sabendo à toa que a Marinha tem 14 mil fuzileiros — afirmou.
De acordo com Baptista Junior, a ameaça de prisão a Bolsonaro não foi feita com “agressividade”:
— Logicamente ele não falou essa frase com agressividade. Mas é isso que ele falou. Com muita tranquilidade, com muita calma — disse Baptista Junior.
Foto: Roque de Sá/Agência Senado