O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, apenas três dias após o dirigente anunciar a contratação do técnico Carlo Ancelotti para a Seleção. Com a mudança no comando da entidade, surgiu a dúvida: existe a chance de o acordo ser desfeito?
Horas depois de ser nomeado interventor da CBF, Fernando Sarney avisou que “não vai mexer” no contrato. E o ge apurou que a posição de Ancelotti é a mesma: o italiano foi avisado por interlocutores da queda de Ednaldo no fim da noite de quinta-feira no horário de Madri e garantiu que nada muda. Seu contrato é com a CBF, não com Ednaldo, disse o treinador.
Nas conversas, Ancelotti transpareceu tranquilidade ao saber da notícia. A delicada situação política da CBF foi tema das negociações com o treinador, conduzidas pelo intermediário Diego Fernandes. O italiano estava ciente do risco de mudança no comando da entidade. Ancelotti, por sinal, recebeu sinalizações de opositores de Ednaldo de que eles aprovavam o acerto com o técnico e nada fariam para mudar a situação em caso de afastamento do presidente.
Nos bastidores da CBF, existe um consenso: a Seleção precisa ser separada das questões políticas e eleitorais. Por isso, a intenção é manter em seus cargos o coordenador de seleções masculinas, Rodrigo Caetano, e coordenador técnico da entidade, Juan. Os dois, inclusive, estão em Madri, onde se reuniram com Carlo Ancelotti horas antes do afastamento de Ednaldo Rodrigues da CBF. Os interventores da entidade desejam que Rodrigo Caetano e Juan mantenham a Seleção separada da turbulência política.
Fernando Sarney tem pressa para convocar novas eleições. No melhor cenário, ele espera que as eleições sejam realizadas antes mesmo do jogo contra o Equador, no dia 5, que vai marcar a estreia de Carlo Ancelotti à frente da Seleção. A chegada do italiano ao Brasil está prevista para o dia 26 de maio, quando vai iniciar o trabalho.(GE)
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