quinta, 08 de maio de 2025
Euro Dólar

BRUXISMO TEM CURA? CONHEÇA OS TRATAMENTOS DISPONÍVEIS

João Paulo - 08/05/2025 10:20 - Atualizado 08/05/2025

O bruxismo, hábito inconsciente de apertar ou ranger os dentes, tem se tornado cada vez mais comum – especialmente após a pandemia, quando os níveis de estresse e ansiedade aumentaram significativamente. Mas, afinal, bruxismo tem cura? A dentista Amine Senhorinho, especialista em dor orofacial, explica que não, mas em cerca de 90% dos casos, é possível controlar e tratar o problema sem necessidade de cirurgia, utilizando abordagens conservadoras e minimamente invasivas. “Cada paciente é único. O bruxismo pode ter causas multifatoriais, que envolvem desde questões musculares e articulares até fatores emocionais. Por isso, o tratamento precisa ser individualizado”, explica Amine.

Entre os principais recursos utilizados, estão as placas de bruxismo – dispositivos que o paciente usa durante o sono para evitar o atrito entre os dentes. A toxina botulínica (botox) também pode ser aplicada para modular os músculos da face, reduzir a dor e evitar a contração excessiva. Além disso, ela destaca o uso de fisioterapia especializada, laserterapia, infiltrações medicamentosas e até o acompanhamento com aplicativos que ajudam o paciente a monitorar e reeducar seus hábitos.

Nos casos em que o bruxismo está relacionado à dor articular – com desgaste e deslocamento do disco da articulação temporomandibular (ATM) – o tratamento pode incluir a aplicação de ácido hialurônico no local para reduzir a inflamação. Já quando o problema tem impacto no sono, exames como a polissonografia podem ser indicados para investigar distúrbios associados. “É comum que o bruxismo esteja ligado a questões emocionais. Por isso, em alguns casos, é necessário associar o tratamento a acompanhamento médico e, se indicado, ao uso de medicamentos ansiolíticos”, afirma.

Além dos adultos, o bruxismo também pode afetar crianças. Nesses casos, Amine alerta para a importância de investigar possíveis alterações respiratórias que podem estar impactando a qualidade do sono infantil. A especialista reforça que, na grande maioria dos casos, é possível alcançar alívio significativo da dor e dos sintomas com tratamentos conservadores. A cirurgia é indicada apenas em situações extremas, quando há comprometimento grave da função ou dor persistente que não responde às demais abordagens.

Crédito da foto: Freepik

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.