A Gol Linhas Aéreas anunciou nesta quinta-feira (1º) um novo acordo de financiamento que fortalece seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. A empresa garantiu o aporte de US$ 125 milhões por meio da venda de “notas de financiamento de saída”, mecanismo previsto dentro do Chapter 11, que permite a reestruturação de empresas em dificuldades no país.
Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os credores participantes detêm 8% das notas com vencimento para 2026. Com esse novo aporte, a Gol já assegurou pelo menos US$ 1,375 bilhão dos US$ 1,9 bilhão estimados para viabilizar sua recuperação.
A companhia também informou que deve apresentar em breve uma nova versão do plano de reestruturação ao Tribunal de Falências dos EUA, com expectativa de conclusão do processo até junho.
Em paralelo, seguem as negociações para uma possível fusão com a Azul. A união, anunciada em janeiro, ainda depende do aval do Cade e da Anac. Caso aprovada, a nova empresa passaria a deter cerca de 60% do mercado doméstico de aviação no Brasil e quase 100 rotas — cenário que levanta preocupações sobre a concentração do setor.
Combinadas, Azul e Gol operam mais de 300 aeronaves e registraram receita de R$ 25,3 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado.
O modelo da nova companhia será o de corporation, sem um controlador definido. O grupo Abra deverá ser o principal acionista, embora os percentuais de participação ainda estejam em discussão.
Mesmo após a fusão, as marcas Azul e Gol continuarão existindo de forma independente, compartilhando aeronaves e otimizando operações. A proposta visa aproveitar o perfil complementar das rotas: a Gol com forte presença nas capitais, e a Azul com maior capilaridade nas cidades do interior.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil