quarta, 30 de abril de 2025
Euro Dólar

MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO: MÉDICAS JÁ SÃO MAIORIA NO BRASIL, MAS AINDA GANHAM MENOS

Bruna Carvalho - 30/04/2025 12:02 - Atualizado 30/04/2025

O Dia do Trabalho, comemorado mundialmente em 1º de maio, é marcado por reflexões sobre as condições e oportunidades laborais em diversas áreas e recortes sociais. Segundo dados da Demografia Médica do Conselho Federal de Medicina de 2024, as mulheres representam 58% dos profissionais da medicina com até 39 anos. Mas, embora sejam maioria, a “Pesquisa Salarial do Médico” mostra que elas recebem aproximadamente 5 mil reais a menos que seus colegas homens, um percentual de cerca de 23% quando avaliamos os índices nacionais.

A diferença salarial é motivada por dois fatores: o valor médio da hora trabalhada para médicos homens corresponde a R$ 417, enquanto para as médicas mulheres gira em torno de R$ 370, uma defasagem de R$ 48 (11,4%). O segundo ponto diz respeito à jornada de trabalho: enquanto os homens trabalham 54,3 horas semanais, as mulheres dedicam à profissão 47,4 horas, uma diferença de 6,9 horas por semana (12,6%).

O estudo sobre diferença salarial entre gêneros foi divulgado em 2025 pelo Research Center, núcleo de pesquisa da Afya – maior hub de educação e soluções para a prática médica do país. No Nordeste, o índice é um pouco menor, de 22,2%.

“O ponto mais crítico encontrado nesse estudo é a diferença salarial entre os gêneros nas horas trabalhadas. Mas essa desigualdade vai além da remuneração: é essencial que a divisão das responsabilidades dentro de casa seja mais equilibrada entre homens e mulheres, garantindo que o peso da jornada doméstica não recaia majoritariamente sobre elas”, diz Eduardo Moura, médico e diretor de pesquisa do Research Center da Afya.

A desigualdade salarial apontada na pesquisa se manifesta em todas as categorias analisadas, incluindo idade, região e nível de formação ou especialização. Entre os profissionais de 45 a 55 anos, a diferença de renda é menor, em torno de 8,1%, indicando um maior equilíbrio salarial.

Maternidade e carreira
O estudo ainda mostra que as médicas que são mães dedicam menos tempo, cerca de 46,7 horas por semana, às atividades profissionais. Já para os profissionais homens com filhos, essa média é de 55,2 horas por semana.

Para a diretora da Fasa VIC І Afya, Christiane Mendes, a pesquisa reflete a realidade das mulheres no Brasil: “Em todas as profissões e todas as áreas, seguimos conquistando nossos lugares no mercado de trabalho, a fim de diminuir as diversas desigualdades que enfrentamos durante a carreira profissional e no lado pessoal. Um dos melhores caminhos, com certeza, é o acesso à educação. Essa é a nossa missão aqui”, reforça Christiane Mendes.

Foto: Divulação Afya

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.