Tradicionalmente considerada a segunda melhor data para o comércio, atrás apenas do Natal, a celebração do Dia das Mães promete, este ano, movimentar o varejo baiano. De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE), a expectativa é de que as vendas superem o desempenho do ano passado, impulsionadas pelo fortalecimento do emprego e pelo aumento da renda no país.
Na Bahia, a previsão é de otimismo para a data celebrada no dia 11 de maio. Segundo a Fecomércio-BA, o faturamento dos setores ligados à data deve crescer 2% em relação a 2024, atingindo cerca de R$ 20 bilhões. “Pode até parecer um crescimento tímido, mas é importante lembrar que, no ano passado, houve uma alta expressiva de 12%, o que eleva a base de comparação. Esse desempenho vem sendo sustentado pela menor taxa de desemprego em uma década e pelo ganho real de renda das famílias baianas”, explica o consultor econômico da entidade, Guilherme Dietze.
Os setores que tradicionalmente lideram as vendas para o Dia das Mães — vestuário, calçados e perfumarias — devem novamente ser os grandes protagonistas. O segmento de roupas, tecidos e acessórios deve registrar crescimento de 8%, mesmo com a inflação de preços que chega a 5,01% nas roupas femininas, segundo o IPCA. Já o mercado de farmácias e perfumarias deve ter alta de 4%, consolidando-se como uma das principais opções de presente.
Enquanto as vitrines ganham decoração especial, consumidores já intensificam a busca pelo presente ideal. No Shopping Center Lapa, localizado no centro de Salvador, a aposentada Marta Souza, 53 anos, percorria lojas em busca de um mimo para a mãe, dona Lucinda, de 80 anos. “Estou pesquisando bastante porque os preços estão puxados. Mas quero encontrar algo que ela goste, e, com paciência, sempre dá para achar promoções boas”, comentou, enquanto analisava peças de vestuário e perfumes.
Apesar do cenário geral positivo, alguns setores devem enfrentar dificuldades. As lojas de móveis e eletroeletrônicos, mais dependentes do crédito, devem registrar retrações de 8% e 7%, respectivamente, impactadas pelos juros altos. “Por outro lado, o consumidor tem a possibilidade de conseguir bons descontos em pagamentos à vista, especialmente via PIX, o que também beneficia o fluxo de caixa dos empresários”, reforça Dietze.
A Fecomércio-BA destaca ainda que os supermercados devem manter estabilidade nas vendas — reflexo da forte alta registrada no mesmo período do ano passado. Embora não sejam o principal destino para presentes, supermercados e restaurantes costumam ser bastante procurados para a tradicional celebração do almoço de Dia das Mães, que lota estabelecimentos em Salvador e outras cidades.
A ABRASCE também observa que o investimento em campanhas promocionais e a decoração temática nos shoppings são estratégias essenciais para atrair clientes em um cenário ainda impactado por inflação elevada e crédito mais caro.
Sindilojas-Ba – No fechamento deste panorama, o presidente do Sindilojas-BA, Paulo Motta, destaca a importância do mês para o comércio. “Maio traz duas grandes datas: o Dia das Mães e o Mês das Noivas. Na primeira quinzena, o foco é nos presentes femininos — roupas, calçados, bijuterias, joias e perfumes. Já na segunda, cresce a procura por bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos, devido aos casamentos”, afirma. Para ele, o varejo baiano projeta um crescimento acima de 10% nas vendas em relação ao ano passado, com um tíquete médio de consumo superior a R$ 500 na primeira quinzena e R$ 1.000 na segunda.
Apesar dos desafios com o alto custo do trabalho e a taxa de juros, Motta aposta no otimismo dos consumidores: “O mês de maio sempre foi um dos mais importantes para o varejo. Estamos confiantes de que a tradição e o desejo de celebrar as mães continuarão impulsionando as vendas”.(TB)
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