A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, respondeu às declarações do prefeito Bruno Reis (União) sobre a suposta venda de áreas verdes na região de Pituaçu, na orla da capital baiana.
Durante a inauguração da nova pista de bicicross em Pituaçu, no último domingo (27), o prefeito classificou como “fake news” as acusações feitas pela bancada de oposição, que tem acionado o Ministério Público sob a alegação de que os terrenos seriam áreas de preservação ambiental.
Em declaração à imprensa, Bruno reafirmou que as áreas mencionadas nunca foram reconhecidas oficialmente como áreas verdes. “Esta área [Pituaçu] nunca foi classificada como área verde, esta área aqui sempre foi antropizada, os coqueiros que estavam aqui no passado foram transplantados para outra área aqui da orla de Salvador e implantamos durante a obra da Orla diversos equipamentos esportivos, então não faltam quadras, campos de futebol, quadras de futebol, quadras de tênis, desde lá da Boca do Rio até Jaguaribe”, afirmou.
Ainda na noite de domingo, Aladilce rebateu a afirmação do prefeito e sustentou que a vegetação suprimida caracterizava a área como verde. “Toda aquela área era verde, sim, era área de restinga e a prefeitura suprimiu a vegetação, restingas e coqueiros, durante a obra que ele chama de requalificação. Só que o próprio Bruno Reis se contradiz quando afirma que os coqueiros foram transplantados em outros lugares”.
A vereadora também criticou a falta de transparência sobre o destino do espaço e levantou preocupações quanto ao uso futuro da área leiloada. “E o principal é a falta de transparência, de um debate com a sociedade, com o Legislativo. A Secretaria da Fazenda se nega a nos fornecer os processos administrativos dos leilões, o que é um absurdo. Nada nos garante que aquela área, em frente ao mar, não terá prédios a partir desse leilão. Pode ter o aquário, pode ter a exploração como um life center, que combina residências, comércios, escolas, centros, hotéis (…) Nós queremos discutir o projeto e a necessidade dessa desafetação exagerada de áreas públicas”.
De acordo com o edital do leilão, a proposta da Prefeitura é transformar a área em um espaço multiuso com foco em turismo e lazer, prevendo a instalação de um aquário para visitação pública e um centro gastronômico voltado ao entretenimento e à educação ambiental.
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