Bahia Econômica – Recentemente, a prefeitura anunciou uma grande requalificação na orla de Patamares, que contará com iniciativas do setor público e do setor privado. Para o turismo, o quanto essa reforma será importante?
Wilson Spagnol – Esse projeto é fundamental para o setor, assim como outros que estão em andamento na capital e em toda a Bahia. O produto turístico baiano não se resume apenas aos hotéis, aos aeroportos e aos grandes centros da cidade. Requalificações como essa criam novos ambientes atrativos para o turismo na Bahia, que, sem dúvida, só tende a crescer. Vemos com bons olhos iniciativas como essa e estamos nos preparando para oferecer a orla de Patamares requalificada como um novo atrativo turístico do estado.
Bahia Econômica – Patamares também abriga alguns hotéis que atendem aos grandes eventos realizados no Centro de Convenções. Como esse investimento pode impactar o turismo de negócios no estado?
Wilson Spagnol – Esse é outro ponto muito relevante a se destacar. Durante a pandemia, vários hotéis fecharam as portas e alguns deles não conseguiram reabrir. Porém, com o fortalecimento do turismo de negócios e a retomada dos eventos no Centro de Convenções, o segmento tem se fortalecido bastante no estado. Em 2025, esperamos um aumento significativo no número de congressos, eventos e realizações na capital baiana — não apenas no Centro de Convenções. Existem hotéis menores que também possuem espaços para congressos, e esse mercado também está aquecido. Por isso, projetos como o de Patamares, que é um bairro com alguns hotéis, são muito importantes.
Bahia Econômica – O volume das atividades turísticas na Bahia cresceu 8,4% no ano de 2024, em relação ao ano anterior. Nessa comparação, a Bahia ocupou a terceira posição entre as unidades federativas, com um desempenho superior à média nacional, que avançou 3,7%. A que se deve esse bom momento do turismo baiano?
Wilson Spagnol – A Bahia é, e sempre foi, um fenômeno turístico no Brasil. Em números atuais, o estado representa 42% de toda a demanda turística do Nordeste brasileiro — um número que mostra a força natural da Bahia. Para mim, o principal fator de fortalecimento do turismo baiano é a harmonia existente entre o setor público e o setor privado nos grandes projetos de turismo do estado. Hoje em dia, o segmento tem se mostrado forte nas parcerias, o que tem gerado boas expectativas e bons resultados. A Bahia Week Show foi um evento realizado na cidade que reuniu essas forças: prefeitura, governo, setor público, hotelaria, bares e restaurantes — todos unidos em um projeto único em prol do desenvolvimento do turismo do estado.
Bahia Econômica – Esse bom momento resultará em maior geração de empregos para o setor?
Wilson Spagnol – Não há dúvidas. Quanto mais eventos, mais investimentos, mais demanda, mais empregos. Hoje, o turismo representa cerca de 8% dos empregos com carteira assinada no estado. Um hotel pequeno, com 60 quartos, emprega de 14 a 20 pessoas. Já um hotel grande pode gerar até 400 empregos diretos. O setor está aquecido, e a tendência é de que os números sejam ainda melhores em 2025.
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