O governador Jerônimo Rodrigues disse, na última nesta sexta-feira (25), que só depende do governo chinês a assinatura do contrato para a construção da Ponte Salvador-Itaparica, e que pode viajar à China e lá assinar o acordo.
A ideia é que a assinatura do termo final seja feita diretamente pelos presidentes Lula e Xi Jinping em maio e a Casa Civil da Presidência da República trabalha nesse sentido.
O governo da Bahia já concluiu todas as etapas técnicas e jurídicas necessárias para o início das obras da Ponte Salvador-Itaparica, e agora aguarda o “de acordo” do governo chinês que, assinado o contrato, terá um ano para começar a obra.
A concessionária responsável pela construção da ponte confirmou neste sábado (26) que foi notificada pelo Ministério Público Federal no inquérito que apura impactos ambientais no bioma da região.
O MPF quer apurar, acompanhar e mitigar supostos danos ambientais ocasionados pela construção e possíveis prejuízos à paisagem geográfica e ao meio ambiente, além de possíveis condições adversas para as atividades socais e econômicas de quem mora nos lugares próximos à obra. Mas a ação dificilmente terá condições de parar o projeto que já teve o OK do Tribunal de Contas do Estado.
Há opiniões favoráveis e contrárias ao projeto. Veja as principais:
A favor da construção:
- Integração Regional: Facilitaria a ligação entre Salvador e o Recôncavo Baiano, incentivando o desenvolvimento econômico de toda a região.
- Desenvolvimento Econômico: A ponte pode atrair investimentos, turismo e novas oportunidades de negócios para o interior do estado.
- Geração de Empregos: Durante a construção e depois dela, haveria criação de milhares de empregos diretos e indiretos.
- Redução do Tempo de Viagem: Atualmente, a travessia de ferry-boat é demorada e sujeita a atrasos; a ponte reduziria muito o tempo de deslocamento.
- Desafogo da Região Metropolitana: Incentivaria o crescimento de cidades do Recôncavo, reduzindo a pressão urbana sobre Salvador.
- Fortalecimento do Turismo: A facilidade de acesso pode aumentar o fluxo de turistas para locais como Morro de São Paulo, Boipeba e a própria Ilha de Itaparica.
Contra a construção:
- Impacto Ambiental: A construção pode causar danos severos aos ecossistemas marinhos e costeiros, além de ameaçar áreas de proteção ambiental.
- Custo Elevado: É uma obra caríssima, e há dúvidas se os benefícios econômicos compensariam o investimento público envolvido.
- Endividamento Público: Mesmo com parceria público-privada, o governo pode acabar arcando com dívidas altas se o projeto não gerar a receita prevista.
- Descaracterização Cultural: A Ilha de Itaparica pode perder seu caráter tradicional e pacato, virando uma extensão urbana de Salvador.
- Risco de Gentrificação: O aumento da procura por imóveis pode expulsar os moradores locais, substituindo-os por classes mais altas e turistas.
- Alternativas mais baratas: Melhorias no sistema de ferry-boat ou construção de novas estradas poderiam ser soluções mais baratas e menos impactantes.