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2026: UMA ELEIÇÃO IMPREVISÍVEL

Redação - 31/03/2025 09:02 - Atualizado 31/03/2025

Se perguntarem a qualquer analista imparcial, qual o provável resultado da eleição presidencial em 2026, ele responderá: é imprevisível.

Isso porque os dois principais candidatos que hoje polarizam a eleição estão fragilizados. Lula por conta da desaprovação nas pesquisas, Bolsonaro pela inegabilidade e por ter se tornado réu no processo dobre o 8 de janeiro.

No caso de Lula, sua viabilidade eleitoral depende da recuperação da sua aprovação junto ao eleitorado, tarefa a qual ele tem de dedicado, lançando vários projetos de interesse da população e mudando a comunicação do seu governo, que agora tem a liderança do baiano Sidônio Palmeira. O problema é que ninguém sabe ainda se esses projetos terão o condão de mudar a visão da maioria da população sobre o governo e assim recuperar a aprovação da gestão do Presidente.

A esquerda tem assim uma certeza e uma dúvida: já tem um candidato definido e a movimentação de Lula em direção a tentativa de reeleição é óbvia; mas não se sabe a capacidade de recuperação da aprovação desse candidato, o que é fundamental para dar início ao processo eleitoral.

No caso de Bolsonaro, não há muito o que discutir, e sua insistência em manter a candidatura, vai repetir o movimento de Lula na eleição de 2018, quando o petista insistiu na sua candidatura mesmo preso e assim fragilizou um possível substituto. A insistência de Bolsonaro em manter-se candidato fragiliza os possíveis candidatos que poderiam substituí-lo.

Assim, a direita tem também uma certeza e uma dúvida: a certeza é que Bolsonaro não será candidato; a dúvida é se essa indecisão não vai fragilizar os candidatos da direita que ainda tem um longo caminho a seguir.

A direita tem bons nomes como, por exemplo, o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, mas que precisa tornar-se conhecido no país, necessitando assumir sua candidatura e com apoio de Bolsonaro. É só perguntar para os milhões de eleitores do Norte e Nordeste do país se eles conhecem o Tarcísio de Freitas para perceber que há muita estrada para rodar, se a direita quiser efetivamente ter um candidato competitivo.

Por outro lado, a dispersão na direita é enorme, e isso fragiliza inclusive os candidatos mais fortes. Quando Ronaldo Caiado vem à Bahia lançar sua candidatura, como está previsto, ele que tem 4% nas pesquisas de intenção de voto, está fazendo o que precisa fazer um candidato a presidente que precisa ser conhecido, mas, ao mesmo tempo, está dividindo a direita que já tem Tarcísio, Zema, Marçal, os filhos de Bolsonaro e outros.

Por isso, essa eleição de 2026 é, neste momento, imprevisível: porque não se sabe se o candidato do governo terá popularidade para disputar a reeleição e não se sabe se no meio do caminho aparecerá um outsider,  tampouco se sabe quem será o candidato da oposição, que ainda precisa se apresentar ao Brasil profundo, ou se haverá muitos candidatos na ala da direita. Ou seja, em se tratando da eleição de 2026, tudo ainda está por ser feito. (EP – 31/03/2025)

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