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HÁ EXATOS 5 ANOS, A OMS DESCREVEU A COVID-19 COMO UMA ‘PANDEMIA’ PELA 1ª VEZ

João Paulo - 11/03/2025 13:20

O dia 11 de março de 2020, há exatos cinco anos atrás, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou os crescentes casos de covid-19 como uma pandemia.  “Consideramos que a Covid-19 pode ser qualificada como uma pandemia”. Há cinco anos, em 11 de março, o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) proferiu a frase que conscientizou o mundo inteiro sobre a gravidade da situação. Mas em 30 de janeiro, a OMS já havia declarado seu nível mais alto de alerta para o novo coronavírus detectado na China em meados de dezembro de 2019: a Emergência de Saúde Pública Urgente de Preocupação Internacional, ou USPPI. Pressionado por perguntas de jornalistas, Tedros Adhanom Ghebreyesus também mencionou “a ameaça de pandemia” em 9 de março, mas o eletrochoque ocorreu dois dias depois.

Na quarta-feira, 11 de março, muitos jornalistas se aglomeraram em torno de mesas em forma de U em uma pequena sala nas entranhas da imponente sede da OMS nas alturas de Genebra, não muito longe da fronteira com a França. A coletiva de imprensa, marcada para as 17h, horário local, poderia ser acompanhada pelas mídias sociais, por telefone e pelo Zoom. Em frente aos jornalistas, Tedros, à sua direita, Mike Ryan, responsável pelas emergências na OMS, e à esquerda, a diretora-geral, Maria Van Kerkhove, responsável pelo dossiê da Covid-19. Esse cientista, desconhecido do público em geral, estará a partir de agora na linha de frente da luta contra a pandemia.

O chefe da OMS tirou duas canetas do paletó, ajustou os óculos e leu sua declaração. — Estamos profundamente preocupados com os níveis alarmantes de disseminação e gravidade, bem como com os níveis alarmantes de inação no mundo. Consideramos que a Covid-19 pode ser qualificada como uma pandemia — disse ele. Naquela época, menos de 4.300 pessoas haviam morrido em todo o mundo, de acordo com os números oficiais. Cinco anos depois, os mortos chegavam a milhões, mas em meados de março daquele ano, os confinamentos ainda não haviam começado, os hospitais não estavam transbordando e o colapso da economia não estava à vista. — A palavra ‘pandemia’ mudou a situação. Tenho a impressão de que eles tiveram que fazer isso porque não obtiveram a reação esperada dos Estados membros desde que o USPPI foi lançado. Para esse veterano das relações internacionais, isso mudou a dinâmica em termos da reação dos governos nacionais: todos eles começaram a agir — lembra John Zarocostas, jornalista que cobre agências internacionais e ONGs para a AFP há mais de 30 anos.(g1)

 

Foto: AFP

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