Alimentos fundamentais na mesa e cozinha de qualquer brasileiro, ovos, café e tomate têm disparado nos mercados de todo o país, se tornando “artigo de luxo” e alvo de piadas e memes nas redes sociais devido à alta absurda das últimas semanas. Em Salvador, dos 25 produtos que compõem a Cesta Básica, 8 deles apresentaram alta significativa nos preços, liderados pelos três citados acima: ovos de galinha (19,71%), café moído (15,39%), e tomate (14,51%), seguidos pela banana-prata (8,14%), cebola (3,93%), frango (3,91%), macarrão (3,60%) e a carne de primeira (1,37%).
A Cesta Básica da capital baiana passou a custar R$ 592,16 no mês de fevereiro de 2025. De maneira geral, quando comparado com o custo estimado no mês imediatamente anterior, houve uma elevação de 0,30% – aumento de R$ 1,79 em relação a janeiro de 2025, em termos nominais.
O Café, principal vilão quando o assunto é alta nos alimentos, vem subindo em Salvador desde 2024 e, segundo o Boletim da Cesta Básica, o principal fator para o encarecimento do produto é o clima. Em alguns dos grandes polos produtores de café brasileiros as temperaturas têm ficado acima do ideal, ao passo que os índices pluviométricos estão ficando abaixo do necessário, o que interfere diretamente na safra e distribuição do café.
O analista da SEI, Denilson Lima, responsável pelo Boletim da Cesta Básica, esclarece que “Os problemas climáticos continuam contribuindo para a elevação dos preços de alguns dos gêneros alimentícios que compõem a cesta”, destacando que ” previsão é que os preços dos ovos tenderão a se manter elevados até o período da quaresma, quando a procura por esta proteína tem propensão a aumentar”.
Entre os 25 produtos que compõem a Cesta Básica de Salvador, o subconjunto dos ingredientes relativos ao almoço soteropolitano – composto por feijão, arroz, carnes, farinha de mandioca, tomate e cebola – apresentou alta de 0,81% e foi responsável por 34,89% do valor da referida Cesta. Por sua vez, dentro desta Cesta, o subgrupo de gêneros alimentícios próprios da refeição matinal soteropolitana – formado por café, leite, açúcar, pão, manteiga, queijos e flocão de milho – diminuiu 0,52% e foi responsável por 34,42% do valor da Cesta no mês de fevereiro de 2025.
EM QUEDA
Alguns produtos foram contra a maré de aumento e conseguiram aliviar um pouco o bolso dos soteropolitanos. Foram 17 itens da Cesta Básica que caíram no mês de fevereiro, sendo eles: cenoura (-17,65%), carne de sertão (-9,12%), óleo de soja (-8,10%), maçã (-7,45%), queijo prato (-6,05%), flocão de milho (-5,76%), queijo muçarela (-5,24%), arroz (-3,29%), linguiça calabresa (-3,29%), feijão (-3,21%), açúcar cristal (-2,98%), batata inglesa (-2,60%), leite (-1,42%), pão francês (-0,68%), farinha de mandioca (-0,48%), carne de segunda (-0,26%) e a manteiga (-0,21%).
Por fim, o tempo de trabalho despendido por um trabalhador soteropolitano para obter uma cesta básica foi de 92 horas e 46 minutos, o que equivale ao comprometimento de 42,17% do valor líquido de um salário mínimo de R$ 1.404,15, depois de descontado o valor de 7,50% da contribuição para a Previdenciária Social.
A Cesta Básica de Salvador é calculada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), com base em 3.668 cotações de preços realizadas em 97 estabelecimentos comerciais (supermercados, açougues, padarias e feiras livres) da capital baiana.
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