O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem discutido com familiares e aliados próximos quais medidas tomar caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e tenha sua prisão decretada. Ele responde a acusações de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e danos ao patrimônio público.
De acordo com o colunista Ricardo Noblat, Bolsonaro avalia que uma condenação levaria inevitavelmente à sua prisão. Para evitar cumprir pena em uma unidade militar, ele considera a possibilidade de fuga. Ele também vê como arriscado aguardar até 2026 na esperança de que um aliado assuma a Presidência e conceda um perdão.
Ainda segundo a coluna do Metrópoles, Bolsonaro tem dúvidas sobre a viabilidade dessa estratégia, questionando como garantir que um aliado venceria a disputa contra Lula, que busca um quarto mandato, e como ter certeza de que esse aliado não o deixaria preso. O ex-presidente já vivenciou traições ao longo da vida, incluindo em relacionamentos pessoais, e sabe que, na política, essa possibilidade é ainda mais frequente.
Mauro Cid, tenente-coronel e ex-assessor próximo de Bolsonaro, teve um papel fundamental durante o governo. Ele foi indicado ao cargo pelo pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid, amigo do ex-presidente desde os tempos da Academia Militar de Agulhas Negras, nos anos 1970. Sua nomeação contou com o apoio do Exército, que celebrou a eleição de Bolsonaro.
Além disso, Bolsonaro nomeou o general para chefiar o escritório da Agência Brasileira de Promoção e Exportações e Investimentos em Miami, uma entidade mantida com recursos públicos.
O tenente-coronel Mauro Cid, ao colaborar com a Polícia Federal, revelou grande parte do que sabia em troca de uma pena reduzida e para proteger o pai de possíveis acusações. Essa postura gerou um cenário delicado para Bolsonaro, que tem evitado qualquer embate direto com seu ex-assessor.
A demora excessiva poderia ser mais prejudicial do que agir rapidamente. Construir uma candidatura a um cargo majoritário demanda tempo. Sem unidade, a direita terá dificuldades em 2026. Tarcísio pode não ter um caminho definido, mas tem se esforçado para conquistar o apoio de Bolsonaro.
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