Para contornar os custos mais altos com o petróleo nacional, a refinaria de Mataripe, a segunda maior do país, está importando petróleo, principalmente da África. Isso porque, passado 3 anos da privatização do ativo, a Petrobras segue sendo uma espécie de sombra, pois é a principal fornecedora de petróleo, o maior concorrente no mercado de combustíveis e uma potencial compradora do ativo.
Hoje a refinaria importa 40% do petróleo que processa, mesmo atuando no oitavo principal produtor do óleo no mundo. Em entrevista ao portal InvestNews, Luiz de Mendonça, CEO da Acelen, explicou a razão dessa situação: “É triste dizer isso, mas a segunda maior refinaria do Brasil tem que importar petróleo, porque o petróleo brasileiro vendido para nós não é tão competitivo assim”.
A questão está no centro de uma disputa que se arrasta desde2022 no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Acelen alega que a Petrobras vende petróleo a preços menos atrativos para ela, favorecendo as refinarias da própria estatal. Por sua vez, a Petrobras diz que não discrimina clientes e que existem outros fornecedores no mercado além dela. Após idas e vindas, o Cade iniciou há um ano uma investigação mais aprofundada sobre o tema, que ainda está longe de um desfecho.
Segundo o CEO, a Acelen investiu R$ 2 bilhões na refinaria de Mataripe, tornando-a a “refinaria mais competitiva do Brasil”. E afirma que houve redução de 26% no consumo de água, queda de 11% no consumo energético e a capacidade de processamento cresceu 4%, atingindo 302 mil barris por dia. É uma empresa que registrou R$ 43,8 bilhões de receita líquida em 2023, segundo seu balanço mais recente. E também diversificou seu portfólio, lançando seis novos produtos, incluindo diesel marítimo e uma nova especificação de gasolina para exportação, produtos que entregam maior valor agregado – e margem.
Agora, o objetivo é ampliar em até 10% a capacidade de produção de óleo diesel, atualmente em 32,1 mil barris diários. Em outra frente, está investindo R$ 400 milhões em um parque solar para atender a planta e ampliar a oferta de energia limpa para a operação. Com informações da InvestNews.
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