O Carnaval da Bahia deve movimentar R$ 4,5 bilhões no comércio e turismo do estado, de acordo com estimativa da Fecomércio BA, baseada em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse valor significa um crescimento de 10% em relação à igual período do ano anterior, já descontada a inflação do período. O cálculo foi feito para o início de março, quando, de fato, acontecem os principais eventos do Carnaval no Estado.
A maior parcela será movimentada no comércio varejista, de R$ 4,1 bilhões, somando os setores que possuem vínculo direto com a festa de rua, como supermercados e vestuário, por exemplo. “Na área de supermercados, a movimentação é grande tanto pelo lado dos consumidores, quanto por parte dos empresários que vão abastecer os estoques de alimentos e bebidas para eventos, hotéis etc”, comenta o presidente do Sistema Comércio BA -Fecomércio, Sesc e Senac, Kelsor Fernandes, sobre a previsão do varejo. “No segmento de vestuário, é importante deixar claro que o dado não consegue captar as vendas de abadás dos trios de Salvador, por exemplo. Trata-se do varejo regular, estabelecido o ano todo”, explica o consultor econômico da Fecomércio BA, Guilherme Dietze.
Quanto ao turismo, a movimentação estimada para o período é de R$ 400 milhões em setores relacionados, como é o caso de alojamento, transporte rodoviário interestadual, agências de turismo e locadoras de veículos. “Evidentemente, há um volume grande nesta época do ano de serviços de traslados, passeios que, por limitação técnica, não estão incluídos no montante do estudo”, acrescenta Guilherme. Esse crescimento de 10% está associado a alguns fatores importantes. O primeiro deles é a melhor condição econômica das famílias, com mais emprego, renda e crédito, seja da população do Estado, seja dos turistas que visitarão a Bahia neste período.
Outro ponto importante é o efeito calendário quando, em 2024, o Carnaval caiu no mês de fevereiro e, em 2025, será em março. “Como tecnicamente é inadequado comparar meses diferentes, a base de comparação de 2024 está sem o Carnaval, que traz um movimento maior. De qualquer forma, esse mesmo período do ano passado apresentou um incremento de 9%, o que significa, para a projeção atual de 10%, um resultado muito favorável”, explica o economista sobre a base comparativa.
Crédito: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO