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PANDEMIA TEVE IMPACTO PEQUENO NAS MORTES DO TRÂNSITO

Redação - 10/05/2021 09:00 - Atualizado 10/05/2021

A circulação reduzida por conta da pandemia não impediu que 1.307 pessoas morressem e mais de 18 mil ficassem feridas, em vários níveis de gravidade, em decorrência de acidentes de trânsito nas rodovias de toda a Bahia e vias urbanas de Salvador. Disponibilizados no painel online de Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Renaest), os números reúnem as ocorrências entre janeiro e outubro de 2020, e os óbitos do período representam 72% dos registrados nos 12 meses de 2019.

Embora ressalte que a Bahia tem uma média de mortes abaixo de muitos estados brasileiros, o diretor geral do Detran-BA (Departamento Estadual de Trânsito), Rodrigo Pimentel, considera fundamental a redução desses números. Por isso, o órgão participa do Maio Amarelo, que, segundo define, “busca conscientizar os condutores de veículos sobre seu papel no trânsito, trabalhando por um trânsito cada vez mais seguro”.

Para Pimentel, o tema “Respeito e Responsabilidade: pratique no trânsito” escolhido para o Maio Amarelo deste ano aborda questões centrais para a preservação da vida e integridade de condutores, passageiros, ciclistas e pedestres. Ele lembra que o estado não atingiu a meta de redução de 50% em uma década, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU), e renovada para o decênio 2020-2030.

Na avaliação do diretor do Detran-BA, inserir a educação para o trânsito nas escolas é uma medida importante para garantir o respeito e a responsabilidade a longo prazo, com a formação de cidadãos mais preparados para a condução segura. Ele conta que o órgão chegou a iniciar um diálogo com a Secretaria de Educação do Estado, mas o processo foi interrompido em virtude da pandemia de Covid-19.

Salvador

Na capital baiana, a Transalvador registrou 121 acidentes com mortes em 2020, somente nove a menos do que o verificado em 2019. “A redução não foi mais expressiva porque as pessoas tiveram sensação de liberdade maior e imprimiram maior velocidade”, avalia o superintendente do órgão, Marcus Passos. Sua conclusão é baseada no aumento de infrações por excesso de velocidade até 20% do limite permitido.

Apontando a engenharia de tráfego, a educação para o trânsito e a fiscalização como os três pilares para que Salvador tenha um fluxo normal nas vias e um trânsito seguro, Passos lembra o desafio adicional de conjugar tudo isso com as grandes intervenções viárias em andamento na cidade. Por isso, considera importante a ênfase ao respeito e responsabilidade no Maio Amarelo.

Entre os desafios do período de pandemia, Passos destaca a maior circulação de motociclistas, sobretudo atuando em serviços de entrega, cuja demanda foi ampliada pela recomendação de isolamento social. Por conta disso, anunciou que em breve será lançada uma campanha específica para esse público. Ele ressalta ainda o grande número de condutores que ingerem bebida alcóolica antes de sair com o veículo, o que tem sido verificado nas blitzs de alcoolemia.

Nacional

O presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Antônio Meira Júnior, conta que a redução das mortes no trânsito no Brasil, na última década, foi pouco maior que 30%. Além de Salvador, capitais como Aracaju e Belo Horizonte estão entre as poucas que conseguiram alcançar a meta de 50% definida pela OMS em parceria com a ONU.

“O objetivo do Maio Amarelo é chamar a atenção da população para essas tragédias no trânsito, para o número inaceitável de mortes e sequelas no trânsito”, reforça Meira Jr. Ele ressalta que as campanhas de conscientização não podem ficar restritas a este período, sendo fundamentais ao longo de todo o ano, de forma a gerar uma responsabilização coletiva sobre a segurança no trânsito.

O presidente da Abramet lembra que “a maior parte dos chamados acidentes de trânsito têm envolvimento do fator humano e poderiam ser evitados”. É para consolidar essa compreensão que a expressão “acidente de trânsito” está gradualmente sendo substituída por “sinistro de trânsito”, termo que atualmente consta na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para uso em estudos e pesquisas.

Foto: divulgação

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