O Índice ABCR referente a janeiro de 2025 apresentou alta de 0,8% na comparação dessazonalizada com dezembro. O índice que mede o fluxo pedagiado de veículos nas estradas é construído pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias juntamente com a Tendências Consultoria. Mantida a comparação dessazonalizada, o resultado decorreu da alta de 3,3% de veículos pesados em contraste com a redução de 0,3% de veículos leves.
Comparado ao mesmo período do ano passado, o índice total avançou 2,6%, devido ao crescimento de 2,5% de leves e 2,7% de pesados.
Nos últimos 12 meses, o índice total acumula avanço de 3,4%, fruto do aumento de 3,1% de veículos leves e 4,3% de pesados.
“O desempenho de janeiro reflete a recuperação parcial do tráfego de veículos pesados, cujo crescimento compensou a leve queda no tráfego de veículos leves, mantendo a comparação livre de efeitos sazonais. Do ponto de vista econômico, o resultado sugere uma tendência gradual de desaquecimento da atividade econômica, em razão dos efeitos iniciais da política monetária restritiva, que impõe menor ímpeto à demanda e investimentos industriais. Entretanto, vale destacar que os efeitos de calendário acentuaram essa dinâmica nos últimos resultados, especialmente em dezembro. Ainda assim, o fluxo do segmento segue em nível histórico elevado, sustentado principalmente pelas condições aquecidas do mercado de trabalho”, comentam os analistas da Tendências Consultoria, Thiago Xavier e Davi Gonçalves.
“O fluxo de veículos leves recuou pelo segundo mês consecutivo, considerando a métrica dessazonalizada. O segmento também apresenta uma dinâmica errática que sugere uma perda de desempenho, embora se mantenha historicamente elevado, apenas 0,6% abaixo do maior patamar da série histórica (nov/24). Do ponto de vista macroeconômico, os sinais iniciais de perda de tração refletem as limitações das condições financeiras e o menor impulso das transferências de renda governamentais, em um contexto de inflação pressionada. Esses fatores tendem a impactar negativamente as decisões de viagens a passeio e lazer. De toda forma, a contínua expansão da massa de rendimentos do trabalho segue oferecendo suporte para que o indicador se mantenha em patamar elevado”, completam.
Foto: Divulgação