O mercado foi surpreendido nesta sexta-feira, pois o dólar, que pela manhã chegou a registrar alta superior a 1%, acabou encerrando o dia em queda de 0,38%, cotado a R$ 5,81, o menor valor desde 26 de novembro. Na máxima do dia, a moeda chegou a valer R$ 5,9048, mas, à medida que o dia avançava, o dólar perdeu força. O principal fator responsável pela volatilidade no câmbio continua sendo as ameaças de Donald Trump de impor tarifas mais altas.
No último fim de semana, Trump anunciou a aplicação de sobretaxas de 25% sobre as importações do Canadá e do México, além de 10% sobre os produtos da China. Isso causou uma reação imediata no mercado, com o dólar disparando frente à maioria das moedas, incluindo o real. A medida levantou preocupações sobre um possível aumento da inflação nos Estados Unidos, já que o encarecimento das importações, especialmente as industriais, geralmente resulta no aumento dos preços para os consumidores.
Esse cenário de inflação crescente nos EUA gerou uma fuga dos investidores de ativos de risco, como as moedas emergentes, e um movimento em direção ao dólar, considerado um porto seguro. A expectativa é de que, com a elevação das tarifas, os custos dos produtos aumentem, o que poderia forçar o Federal Reserve a elevar as taxas de juros para controlar a inflação, gerando um ambiente econômico mais desafiador.
Porém, uma reviravolta aconteceu no fim da manhã. Trump recuou e decidiu adiar a imposição das tarifas ao México por um mês, o que provocou uma diminuição na força do dólar no mercado global, especialmente frente ao real e aos pesos mexicano e colombiano. Segundo o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, esse movimento pode fazer com que parte dos investidores repensem a credibilidade das declarações de Trump, embora esse efeito não seja imediato.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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