Estive recentemente no Wharton People Analytics Conference 2025 e o tema central, claro, foi sobre como os dados e a tecnologia vão influenciar a área de pessoas. A primeira palestra que me impactou foi a do Michael Fraccaro, CHRO da Mastercard, que deixou uma mensagem clara: upskilling e reskilling são os termos do momento. Ele destacou como a disrupção tecnológica, especialmente a IA, está redefinindo as competências do mercado e como não olhar para isso impactará numa força de trabalho desatualizada.
Ele também destaca sobre a importância da criação de uma cultura empresarial orientada por dados, que impulsiona uma tomada de decisão mais estratégica na área de pessoas direcionando esforços e investimentos em relação a contratação, desenvolvimento e performance nas organizações.
Mas, afinal, como essas mudanças podem afetar a sua carreira na prática? Upskilling e reskilling significam capacitação e requalificação profissional, ou seja, preparar a força de trabalho para acompanhar as mudanças do mercado, atualizando suas habilidades especialmente com o avanço acelerado da Inteligência Artificial e as constantes mudanças no mercado de trabalho.
Para Fraccaro, esse movimento é urgente, pois a IA já está mudando o jeito como trabalhamos e, se não nos adaptarmos a essa nova realidade, o impacto pode ser grande em nossas carreiras e desenvolvimento profissional.
A IA promete impactar cada vez mais o mercado nos próximos anos e por isso, precisamos ter novos olhares e perspectivas para o ambiente de trabalho. Entretanto, é importante que haja investimento não só em tecnologia, mas também nas pessoas que participam desses movimentos em empresas de diferentes setores, pois a IA pode até demorar mais para uns do que para outros, mas chegará em algum momento, fazendo com que novas adaptações nas profissões sejam demandadas.
Ele também destaca sobre a importância da criação de uma cultura empresarial orientada por dados, que impulsiona uma tomada de decisão mais estratégica na área de pessoas direcionando esforços e investimentos em relação a contratação, desenvolvimento e performance nas organizações. Sem isso, não é possível garantir que esses investimentos tragam resultados concretos e sustentáveis.
Uma cultura clara, coerente e bem conduzida impulsiona o engajamento, o foco e, claro, os resultados do negócio. Por isso, é fundamental que haja uma conscientização coletiva para que essas iniciativas deem certo e, realmente, gerem potência nas empresas.
Michael Fraccaro ainda destacou algumas prioridades essenciais para os CHROs no cenário atual:
Ravin Jesuthasan, referência global em pensamento estratégico e autor best-seller do Wall Street Journal, trouxe outra reflexão instigante: empresas estão organizando a gestão de talentos com base nas habilidades necessárias para alcançar resultados de negócio, tornando o RH mais conectado com o objetivo e futuro da organização. Profissionais de RH podem se destacar na era do upskill, mas para isso é necessário ter curiosidade e visão sistêmica para acompanhar as mudanças que o mercado pede e desenhar programas de desenvolvimento eficientes, que não conte apenas com um treinamento isolado, mas com uma trilha direcionada para o futuro das organizações.
Uma das maiores apostas para driblar as dificuldades e necessidades impostas pelo mercado de trabalho atual é a implementação da área de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO), que surgiu como promessa de alavancar a performance de trabalho por meio dos pilares de gestão de pessoas mais estruturados.
Por sua vez, David Green, guru em People Analytics, foi direto ao ponto: ‘Dados só têm valor se forem democratizados’. Ele explicou que as empresas líderes são aquelas que mais investem na metodologia e reforçou a importância de tornar os dados acessíveis, compreensíveis e acionáveis para todos.
Com o avanço das ferramentas de people analytics, os profissionais de RH- se bem preparados- não precisam mais depender exclusivamente de analistas ou equipes especializadas para interpretar os dados. Hoje, é possível acessar informações em tempo real e conduzir conversas baseadas em evidências com gestores e líderes, fortalecendo a tomada de decisão estratégica com agilidade e precisão. Isso torna o RH mais autônomo, proativo e alinhado às necessidades do negócio.
Como sócia-fundadora de uma consultoria focada em recrutamento especializado e desenvolvimento organizacional, é um privilégio estar sempre perto da fonte quando o assunto é RH, empreendedorismo, liderança e inovação.
Agora é se preparar para colocar tudo isso em prática, pois a cada dia o futuro se mostra mais presente.
Sobre a Maria Eduarda Silveira
Madu possui especialização em liderança tanto pelo INSPER (Instituto de Ensino e Pesquisa) quanto pela Columbia Business School, people analytics pela FIA (Fundação Instituto de Administração), MBA em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e Empreendedorismo pela Babson College. Há mais de uma década, atua como headhunter executiva. É também empreendedora, fundadora da BOLD HRO, empresa de recrutamento especializado e desenvolvimento organizacional. Além disso, gera conteúdo em suas redes sociais, com temas sobre carreira e empregabilidade, a fim de ajudar o desenvolvimento dos profissionais no mercado de trabalho.
Sobre a BOLD HRO
É uma consultoria de recrutamento especializado e desenvolvimento organizacional, com soluções personalizadas em hunting executivo e educação corporativa. Situada em São Paulo, foi reconhecida durante cinco anos consecutivos pelo ranking da Leaders League como uma das principais empresas do segmento.