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CADA 35 SEGUNDOS, NASCE UM BEBÊ POR FERTILIZAÇÃO IN VITRO (FIV) NO MUNDO

João Paulo - 06/01/2025 14:07 - Atualizado 06/08/2025

A Fertilização In Vitro (FIV) consolida seu papel na vida de milhões de pessoas. Um estudo recente, publicado em julho de 2025 pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, revela um marco impressionante: a cada 35 segundos, um bebê é concebido através desta tecnologia de reprodução assistida. O estudo foi baseado em dados epidemiológicos coletados de forma sistemática e exclusiva pelo Comitê Internacional para Monitoramento de Tecnologias de Reprodução Assistida ao longo de 40 anos, relatando resultados globais de registros nacionais e regionais.

Para a Dra. Wendy Delmondes, coordenadora da unidade de Reprodução Humana do Mater Dei Salvador, este dado destaca a importância crescente da FIV enquanto tratamento para a infertilidade, condição reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde pública global. “Ver que a cada 35 segundos um novo bebê nasce graças a essa tecnologia é um testemunho do avanço científico e da importância da reprodução assistida na vida das pessoas que buscam a maternidade e paternidade. É gratificante fazer parte de um campo que permite que tantos casais realizem o sonho de ter filhos e construam suas famílias”, afirma Dra. Wendy.

Uma Jornada de Inovação e Conquistas

Desde o primeiro nascimento bem-sucedido por FIV, em 1978, a técnica enfrentou ceticismo e debates acalorados. A década de 80 marcou o início de programas de FIV em diversos países, enquanto os anos 90 trouxeram inovações cruciais, como a técnica ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides), para casos de infertilidade masculina, e o aprimoramento da cultura de embriões.

Os anos 2000 trouxeram um foco maior na segurança e na otimização dos resultados, com a redução de gestações múltiplas e o aprimoramento da transferência de embrião único, viabilizada por avanços em meios de cultura e criopreservação. A ciência continuou a evoluir com testes genéticos mais precisos, avanços em laboratórios e um manejo mais eficaz de hormônios, potencializando ainda mais as chances de sucesso.

O reconhecimento científico da FIV foi selado em 2010, quando o biólogo Robert Edwards, um dos pioneiros da técnica, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina, consolidando a FIV como um cuidado médico estabelecido e de grande valor. “Hoje, a FIV oferece um leque de possibilidades que vão muito além do que imaginávamos há poucas décadas”, explica Dra. Wendy. “Utilizamos gametas e embriões doados, oferecemos a gestação por cessão temporária do útero e contemplamos pessoas solteiras e comunidades LGBTQIA+, ampliando o acesso à paternidade e maternidade.”

O Comitê Internacional para o Monitoramento da Tecnologia de Reprodução Assistida (ICMART), associado à OMS desde 2003, publica relatórios regulares sobre a utilização, eficácia e segurança da FIV, confirmando seu status como um avanço médico essencial para o tratamento da infertilidade. Dados preliminares indicam que, até 2024, cerca de 17 milhões de bebês nasceram por FIV em todo o mundo.

O Perfil do Paciente e o Futuro da Reprodução Assistida

Atualmente, o tratamento de FIV é realizado em diversas etapas, que incluem a estimulação ovariana, a coleta de óvulos e espermatozoides, a fertilização em laboratório e a transferência dos embriões para o útero. A duração e as taxas de sucesso podem variar dependendo de fatores individuais, mas as inovações contínuas têm elevado significativamente os índices de gravidez.

“Observamos que a maior parte dos pacientes que buscam a FIV são mulheres na faixa de 35 a 45 anos, que vêm tentando engravidar há um tempo considerável, muitas vezes enfrentando desafios como endometriose, fator masculino, ou simplesmente a infertilidade sem causa aparente. Independente da causa, a FIV é um caminho viável e cada vez mais acessível para a construção familiar.”, conclui Dra. Wendy.

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