Pela manhã, o evento apresentou o Banquete Literário, que combinou poesia, cordel e aboio com Junior, Edivan, Pintadas, Cristina e Raimunda, sob a mediação de Maria da Paixão. Em seguida, a exibição do vídeo “Mulheres da Comunidade de Gavião” trouxe reflexões sobre o papel feminino nas comunidades, enquanto a roda de conversa “Experiências Brasil-África: Juventudes em roda” promoveu um diálogo enriquecedor entre jovens do Brasil e da África. O período matutino encerrou com o Sarau “Anos 60”, da Escola Professor Fernando Barreiro Dantas, e o vibrante Samba de Roda “Raízes Culturais”.
A estudante Roberta Brandão Nascimento destacou a importância da FLIAC para a comunidade de Antônio Cardoso:
“A feira é uma oportunidade única para nossa comunidade, pois ela influencia diretamente na leitura e na literatura. É um momento importante de troca cultural e aprendizado.”
Luiz Felipe Ribeiro dos Santos, que também esteve presente, relatou a sua experiência com a leitura, lembrando sua infância e o impacto da literatura em sua vida:
“Eu já lia histórias em quadrinhos que gostava muito quando mais novo, e a lembrança da infância vem junto com a leitura do livro A Menina do Laço de Fita. Me sinto gratificado por estar na FLIAC e também vou fazer a alegria do público com minha apresentação no Samba de Roda.”
À tarde, a programação incluiu a mesa “Resistência quilombola e luta por direitos”, com Rutte Faizah e mediação de Ana Verena, além de oficinas temáticas sobre beleza afro e a educação para relações étnico-raciais. Apresentações culturais, como a dança literária em homenagem à professora Raimunda Mascarenhas e o desfile Beleza Negra, também se destacaram, reforçando o compromisso da FLIAC com a valorização das identidades e tradições culturais.
A professora Luciete Santos, da rede estadual de ensino da educação básica, ressaltou como eventos como a FLIAC fortalecem a cultura e resgatam a ancestralidade:
“Espaços como este são fundamentais para manter viva a nossa herança cultural, seja em escolas, associações ou teatros. Participar deste encontro é celebrar a ancestralidade por meio das atividades que resgatam as histórias daqueles que nos moldaram e nos inspiram a continuar.”
A programação do segundo dia será encerrada com muita música e poesia, começando às 18h30 com o Samba de Tócos (Seu Satu), seguido de apresentações de Bule-Bule e Jailton.
A FLIAC é realizada pela Nossa Produções e patrocinada pelo Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Educação e do programa Bahia Literária, uma ação da Fundação Pedro Calmon, unidade vinculada à Secretaria de Cultura (SecultBA). O evento também conta com o apoio do Colégio do Campo Genivaldo Almeida Brandão, da UAMAC, do Umburanas – Território Quilombola, da UFRB e da Prefeitura de Antônio Cardoso.
Fonte: Fliac