Segundo pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), a guerra às drogas custou R$ 1,34 bilhão aos cofres baianos em 2023. O documento chamado de “Efeito Bumerangue: o custo da proibição das drogas”, apontou que o estado foi o segundo que mais gastou na aplicação da Lei de Drogas. A pesquisa contemplou seis unidades federativas, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pará e Santa Catarina.
O estudo aponta que os baianos figuram atrás apenas dos paulistas, que investiram R$ 3,7 bilhões no combate aos entorpecentes, quase o triplo em relação ao segundo colocado. No entanto, o orçamento do governo de São Paulo para este ano, aprovado em R$ 328 bilhões, é cerca de cinco vezes maior do que o do Executivo baiano, previsto em R$ 62,7 bilhões para 2024.
No recorte da pesquisa, 72% das despesas com a aplicação da Lei de Drogas na Bahia, ou seja, pouco mais de R$ 965 milhões, são voltados para a Polícia Militar, responsável pela atuação ostensiva no combate ao tráfico. Para efeito de comparação, o sistema socioeducativo recebe apenas R$ 10 milhões, menos de 1% da verba destinada à aplicação da Lei de Drogas.
Os gastos analisados incluem recursos para o Ministério Público, Polícias Civil e Militar, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça, Sistema Penitenciário e Sistema Socioeducativo. Apesar do alto investimento no combate direto, o estado tem um alto índice de organizações criminosas. Neste ano, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça, coloca a Bahia como a unidade federativa com mais facções, contabilizando 21, aproximadamente 23% dos 88 grupos criminosos atuantes no Brasil.
Crédito: Reprodução