Um estudo feito pela empresa de tecnologia Silverguard apontou a que os baianos tiveram prejuízos de até R$ 2,6 mil em golpes pelo PIX no primeiro semestre de 2024. A Bahia é o oitavo estado com maior perda no país no ranking liderado pelo Rio Grande do Norte, que teve média de R$ 4,5 mil em danos financeiros. O tipo de golpe mais comum foi o que envolve lojas falsas, representando 33,6% das ocorrências. Na sequência, vêm as promessas de multiplicar dinheiro, com 19,5%. Empatados em terceiro lugar estão o golpe do impostor e as ofertas de renda extra com 10,2% cada.
A CEO da Silverguard, Márcia Netto, explica que o tipo de golpe varia de acordo com a faixa etária da vítima. “O tipo mais comum entre os mais velhos é o impostor, no qual uma pessoa se passa por um parente próximo para pedir dinheiro. Entre os jovens são os perfis falsos de lojas, onde é oferecido um produto inexistente. Além disso, os idosos com mais de 60 anos tiveram as maiores perdas financeiras, com um prejuízo quatro vezes maior do que um adulto entre 18 e 24 anos”, diz.
Há cerca de um mês, o designer William Sacramento procurava um novo ar-condicionado para o seu escritório. Após encontrar o modelo ideal, ele contactou uma pessoa que faria a instalação por um valor mais em conta e combinou o dia em que seria feito o serviço. No entanto, o processo não ocorreu da maneira que ele esperava.
“Eu marquei com o ele o dia da instalação e ele me falou que poderia comprar os materiais por um preço menor pelo CNPJ dele. Transferi R$ 180,00 e no mesmo dia ele disse que tinha comprado. Quando chegou o dia da instalação, ele desapareceu das redes sociais. Tenho os dados dele e da empresa, mas já dei o caso como perdido”, relata.
Ainda de acordo com a pesquisa, o WhatsApp foi o principal meio utilizado pelos criminosos, com 39,8% dos casos. Em segundo lugar ficou o Instagram, por onde ocorreram 23,1% dos crimes, seguido pelo Telegram, com 12,5%. Ao todo, os aplicativos da Meta (que incluem ainda o Facebook, além do WhatsApp e do Instagram) representaram 73,1% dos golpes que vitimaram os baianos.
“É necessário tomar cuidado com links suspeitos, já que ofertas muito sedutoras podem ser fraudulentas. Sempre acesse o site pelo navegador e verifique os dados do destinatário antes de fazer a transferência. Além disso, tome cuidado com pedidos de urgência, já que golpistas usam estratégias emocionais para conseguir o dinheiro”, alerta o presidente da Comissão de Direito do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB/BA), Victor Graça.
Victor também aponta para a importância do cuidado com dados pessoais como CPF, número e senha do banco. “Essas instituições nunca mandam mensagens para lidar com problemas relacionados a contas. Prefira os aplicativos ou dados oficiais. Além disso, ative a autenticação em duas etapas no aplicativo do banco e das redes sociais para evitar invasões, e mantenha seu celular e aplicativos sempre atualizados para se proteger de vulnerabilidades”, completa.
As fontes também ressaltam que em casos de golpes, é importante comunicar ao banco e tentar a devolução do valor transferido. Márcia Netto também menciona o Mecanismo Especial de Devolução (MED) criado pelo Banco Central para ajudar as vítimas na recuperação do dinheiro. O MED tem prazo de até uma semana para analisar a solicitação.
“É necessário entrar em contato com o banco dizendo que caiu em um golpe e pedir a devolução do dinheiro. Anote o protocolo do atendimento. É importante ser rápido e enriquecer a solicitação com um Boletim de Ocorrência, por exemplo, para aumentar as chances de conseguir o retorno do valor”, completou.(Correio)
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