O Inicio da produção de carros elétricos da BYD na sua fábrica em Camaçari pode atrasar em 60 dias. Segundo reportagem do Jornal Correio a montadora questiona a morosidade do governo em analisar pedido da montadora para regime de exceção tributária para máquinas que importou da China e serão usadas no sistema de movimentação e transferência de carrocerias na linha de montagem da fábrica de carros, afirmou a empresa. Essas máquinas estão retidas no Porto de Salvador desde 28 de agosto.
Segundo a empresa, o maquinário não têm fabricação local equivalente e por isso se enquadram no regime de incentivo fiscal. A BYD anunciou que começaria a operação na Bahia em dezembro deste ano. Primeiramente montando os carros enviados prontos da China. Em seguida, com a implantação das linhas de montagem, os carros passariam a ser produzidos em Camaçari.
“Desde maio a gente aguarda com o pedido que foi feito à Câmara de Comércio Exterior para que a gente pudesse ter então esse regime de Ex-Tarifário”, disse o vice-presidente sênior da montadora chinesa no Brasil, Alexandre Baldy, à agência de notícias Reuters. Segundo ele, em julho o governo pediu mais informações sobre os itens e componentes importados, o que foi atendido pela empresa. Desde então, a BYD aguarda deliberação do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) sobre a reconsideração do pedido de isenção tarifária.
Questionado se a demora pode atrasar o início das operações da fábrica em Camaçari, Baldy disse: “Certamente. Eu não tenho precisamente o prazo, mas hoje eu digo que pelo menos 60 dias de atraso isso pode ocorrer”.
Procurada, a Gecex disse que não há nada, da parte do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), impedindo a liberação da carga e que a empresa pode retirá-la “se avaliar que não pode aguardar o processo legal de consulta sobre o Ex-Tarifário, pagando os devidos impostos de importação —ou aguardar pela decisão sobre seu pedido, após mandar as informações solicitadas”. A montadora, por sua vez, disse que “já prestou todos os esclarecimentos necessários ao MDIC e está avançando para uma solução em conjunto”.
As máquinas paradas no porto baiano representam cerca de 15% da capacidade total que será implantada em Camaçari. A BYD disse que a ausência das máquinas inviabiliza totalmente o início da produção na unidade, uma vez que “todos esses equipamentos são essenciais para o começo da produção em Camaçari”.
Foto: Feijão Almeida/Governo da Bahia