O corte de orçamento na Universidade Federal da Bahia (UFBA) tem afetado os professores e alunos. Segundo reportagem do Jornal Correio a restrição do uso de itens básicos, como sabonete e papel toalha, além de cortes em projetos de pesquisa estão sendo duramente criticados na universidade. É o caso do Laboratório de Virologia, vinculado ao Instituto de Ciências da Saúde (ICS), onde um equipamento está quebrado há três meses e não há previsão para que seja consertado.
Trata-se do aparelho para obtenção de água ultra pura, que é utilizada para o estudo de células. O insumo é essencial para o trabalho realizado no laboratório, que foi o primeiro a identificar o vírus oropouche em Salvador, em 2020. “Já são meses tendo que buscar água em outros laboratórios. É um transtorno, enquanto temos outras demandas urgentes. Não estamos tendo dinheiro para tocar pesquisas sobre doenças como oropouche e mpox”, conta Gubio Soares, coordenador do Laboratório de Virologia da Ufba.
Em julho deste ano, o decreto nº 12.120, do Governo Federal, determinou a reprogramação da liberação de limites de empenhos de diversos órgãos, inclusive das universidades federais, medida que foi prorrogada até dezembro. Segundo a Ufba, 10% do orçamento para este ano, o equivalente a R$18,6 milhões, estão bloqueados. A redução das verbas da universidade tem efeitos práticos diversos.
No quinto andar do Instituto de Ciências da Saúde, no Vale do Canela, por exemplo, equipamentos que pertecem ao laboratório que pegou fogo em 2022 precisaram ser alocados no corredor. Desde o incêndio, o projeto de reconstrução do Laboratório de Bioquímica, Biotecnologia e Bioprodutos (LBBB) ainda não saiu do papel. A professora Luzimar Gonzaga Fernandez diz que experimentos são realizados em um pequeno laboratório improvisado em uma das salas, o que não garante a plenitude das pesquisas.
“Para o retorno das atividades de forma plena, é necessário a reconstrução do laboratório. […] Conseguimos um pequeno recurso para a recuperação do laboratório, com isto, o projeto arquitetônico já foi elaborado e os demais projetos para a reconstrução estão em processo”, revela em entrevista ao Jornal. Enquanto o espaço não é reconstruído, um corredor foi adaptado com suprimento de energia para manter os refrigeradores, freezer e câmaras de crescimento.
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