As medalhas conquistadas por ginastas brasileiras conhecidas mundialmente, como Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira, durante as Olimpíadas de Paris 2024, provocaram o crescimento substancial da procura por aulas dessa modalidade esportiva na Bahia. Para atender à demanda, o Governo do Estado, por meio da Superintendência dos Desportos da Bahia (Sudesb), deu início, no mês passado, às aulas gratuitas de ginástica artística, no Centro de Treinamento Waldemar Santana, no Largo de Roma, em Salvador.
No local, 200 meninas, com idades entre cinco e 16 anos, realizam o treinamento, duas vezes por semana, na trave, solo, cavalo com alça, paralelas assimétricas, barra fixa e cama elástica. Muitas delas já sonham em competir, como a estudante Maria Soares Aquino Barbosa, de 10 anos, que, desde os testes, demonstrou talento para a modalidade.
“Ainda pequena, minha mãe me levou para assistir a algumas apresentações de ginástica e comecei a treinar em casa. Fiquei bem empolgada quando soube das inscrições e quando fiz o primeiro teste, fui logo aprovada. O trampolim, a trave e a barra são os aparelhos que mais gosto. Meu sonho é ser medalhista”, contou.
Mesmo com as dificuldades para levá-la aos treinos, a mãe de Maria, a turismóloga Andréa Soares, de 47 anos, se empenha em realizar o sonho da filha. “Moramos no bairro Pero Vaz, na Liberdade, e pegamos o ônibus, logo após as aulas dela na escola. Levamos quase uma hora para chegar ao Centro. Enquanto ela assistia às Olimpíadas em Paris, comentava o tempo todo: ‘mãe, um dia você vai me ver lá’”, disse, emocionada.
Para o diretor-geral da Sudesb, Vicente Neto, os principais resultados do investimento em iniciação esportiva estão ligados à educação. “Há um combate à evasão escolar quando você vincula a inscrição a um programa do governo ligado ao esporte à matrícula na rede pública. Então, há um processo de interação com a comunidade que garante o acompanhamento integral daquela criança, relatados em reuniões de coordenação pedagógica. Além disso, há uma melhora no rendimento físico, na coordenação motora e na resolução de problemas familiares”, considerou.
O projeto Casa da Ginástica da Bahia é uma parceria entre a Federação Baiana de Ginástica e a Sudesb, que, além da modalidade artística, também oferece aulas de ginástica rítmica, iniciada em 2022, na Arena de Esportes da Bahia, em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador. Lá são atendidas, atualmente, mais de 400 crianças, de 6 a 19 anos. A iniciativa alcança, ainda, a base de alto rendimento, visando competições futuras.
A presidente da Federação Baiana de Ginástica, Evelin Lobo, destacou a importância da parceria entre a entidade e o órgão estadual. “A ginástica tem tido uma procura muito grande após os jogos olímpicos. E esse projeto nasceu da vontade de ofertar a modalidade de forma gratuita, porque nem todas as pessoas têm essa oportunidade. Sem esse apoio do Governo do Estado, não teríamos aporte financeiro para contratar pessoal, comprar equipamentos ou ter um espaço para treinar. O nosso objetivo é de que essas meninas se desenvolvam e possam sonhar em um dia representar o Brasil, representar a Bahia”, disse.
A pequena Maria Helena Sant’anna, de nove anos, aluna de ginástica rítmica, foi enfática ao falar o nome das suas ginastas favoritas. “Me inspiro em Bárbara Domingos e Maria Flávia Britto. Elas são maravilhosas. Aqui, aprendo várias técnicas importantes para seguir uma carreira tão brilhante quanto a delas no futuro”, enfatizou.
Fotos: Joá Souza/GOVBA
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