A decisão da agência Moody’s de deixar o Brasil a um passo do chamado “grau de investimento” chancela um histórico de reformas e surpresas positivas no desempenho do PIB, mas pouco diz sobre a trajetória futura da dívida do país, analisa Cassiana Fernandez. A economista-chefe do J.P. Morgan para o Brasil está cética quanto à capacidade do país de estabilizar a relação entre a dívida e o PIB e classifica de preocupante a trajetória que se desenha daqui para frente.
Segundo a economista a elevação “é uma ação que olha bastante para o retrovisor. Na minha visão, ela é correta se analisarmos a fotografia do Brasil hoje e compará-la com a de seus pares emergentes. Se olharmos para critérios como dívida externa, reservas, etc., o Brasil sem dúvida se sobressai muito. As contas externas são muito sólidas. A decisão também vai na direção certa porque reconhece o avanço com as reformas que o Brasil vem fazendo desde 2016, do teto de gastos à reforma tributária. Por isso, considero que o Brasil já merecia esse upgrade há algum tempo. O que me surpreendeu foi o “timing”. Além disso, o país ainda tem grandes pontos de fraqueza”, disse.
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