Questões de saúde mental têm sido um desafio para 46,43% dos profissionais, segundo a 5ª Edição do Estudo Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizado pela The School of Life, em parceria com a Robert Half. Mas esses problemas também sobem os degraus da pirâmide trabalhista e afeta 38,05% dos líderes. Inclusive, estão fazendo uso de alguma medicação psicofarmacológica, principalmente para aumentar a produtividade, aliviar sintomas de ansiedade ou dormir melhor. No caso dos liderados, são 21,43% deles.
“A incidência relativamente alta de diagnósticos de estresse, burnout e ansiedade entre líderes e liderados sugere que as condições de trabalho contemporâneas têm prejudicado a saúde física e mental de muitos trabalhadores. Esse cenário pode ser ainda mais grave, considerando que muitos não buscam ajuda e permanecem sem diagnóstico adequado”, explica o psicólogo Saulo Velasco, Head de Aprendizagem na The School of Life Brasil.
“O uso significativo de medicação psicofarmacológica para aliviar sintomas ou aumentar a produtividade reflete uma tentativa legítima, mas potencialmente insustentável, de lidar com essas pressões. A menos que as causas subjacentes sejam abordadas, a medicação funcionará apenas como paliativo. Para enfrentar esse desafio, é essencial promover um equilíbrio entre trabalho, lazer e descanso, além de cultivar o bem-estar físico, emocional e mental”, completa Velasco.
O estudo mostrou ainda que 50,30% dos liderados consideram que a própria saúde mental é negativamente impactada pela maneira como a cobrança por produtividade acontece na empresa. E quando questionados sobre as três habilidades mais importantes para contornar situações de medo e estresse no trabalho, líderes e liderados elencaram as mesmas soft skills, inclusive com igualdade na ordem de prioridade: inteligência emocional; adaptabilidade e flexibilidade; e capacidade de comunicação eficaz.
Durante o estudo, foi mapeada a percepção de 387 líderes e 387 liderados com nível superior completo, idade igual ou superior a 25 anos e de diferentes regiões do Brasil. “Evidentemente, os diagnósticos médicos de estresse, ansiedade e burnout devem ser acompanhados de perto por um profissional da área de saúde. No entanto, não podemos esquecer do papel das lideranças em reservar momentos para a gestão de seu time, em todos os aspectos, inclusive comportamentais e emocionais”, ressalta Maria Sartori, diretora associada da Robert Half. “É fundamental ter abertura para conversar, apoiar e encontrar, em parceria com o profissional, estratégias para lidar com as adversidades do dia a dia de trabalho de forma mais saudável”, completa a diretora associada.
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