O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou nesta terça-feira (17) a reunião que pode resultar no aumento da taxa básica de juros, a Selic, pela primeira vez em mais de dois anos. Atualmente, a taxa está fixada em 10,5% ao ano.
Apesar da deflação registrada em agosto, que indicou uma leve desaceleração da inflação, o mercado ainda não está convencido sobre a sustentabilidade dessa queda. O Boletim Focus desta semana aponta que as expectativas de inflação continuam acima da meta de 3% no curto e médio prazo, o que fortalece as apostas de que o Copom elevará a Selic. As estimativas divergem sobre o tamanho do ajuste, que pode ser de 0,25 ou 0,5 ponto percentual.
Além das expectativas de inflação desancoradas, outros fatores que pressionam o aumento da Selic incluem a cotação do dólar, que permanece acima de R$5,50, o crescimento robusto da economia, o aquecimento do mercado de trabalho com aumento de renda e a fragilidade fiscal do país.
De acordo com um relatório do Itaú, o impacto desse novo ciclo de alta deve ser sentido no primeiro semestre de 2025, com uma desaceleração gradual da economia, o que poderá abrir espaço para possíveis cortes de juros na segunda metade do ano.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil