O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu nessa sexta (13) alerta amarelo (Perigo Potencial) de baixa umidade do ar para municípios do oeste baiano válido até as 21 horas desse sábado (14). De acordo com o órgão, 99 municípios da Bahia devem registrar umidade relativa do ar entre 30% e 40%.
O Inmet emite três tipos de alertas relativos a baixa umidade: Perigo Potencial, Perigo (entre 30% e 20% de umidade) e Grande Perigo (entre 20% e 12%), identificados nas cores amarelo, laranja e vermelho respectivamente. Os dados apontam para riscos de incidentes relacionados a baixa umidade do ar como incêndios e problemas respiratórios. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal para a saúde é que a umidade relativa do ar esteja entre 50% e 60%.
Na última sexta-feira (13), 120 cidades da Bahia estavam com alerta para a baixa umidade relativa do ar. Entre elas, está Luís Eduardo Magalhães, cidade que registra falta de chuvas há mais de 100 dias. O diretor da Defesa Civil do município, Wanderson Santana, explica que os alertas do Inmet começaram em agosto.
“Nós recebemos os primeiros alertas do Inmet no dia 10 de agosto e começamos uma campanha nos canais de comunicação para alertar a população sobre os cuidados que eles deveriam tomar para evitar incidentes. Em setembro, tivemos quatro alertas de grande perigo e, na última quarta-feira (11), o alerta passou pelas três cores durante a manhã”, disse.
Segundo o secretário de saúde do município, Pedro Henrique Ribeiro, os postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) locais registraram um aumento na procura de pacientes com problemas respiratórios. “Os mais afetados são crianças menores de 5 anos, idosos com mais de 65, gestantes e pessoas que já têm uma doença prévia como bronquite. A estiagem prolongada, a baixa umidade e as queimadas se tornam um combo nocivo para a saúde da população”, explicou.
O Inmet também emitiu recomendações para lidar com a baixa umidade: ingerir bastante líquido; evitar desgaste físico nas horas mais secas e exposição ao sol nas horas mais quentes do dia. Outras cidades com longos períodos sem chuva são Barra e Barreiras, no oeste, além de Irecê, no centro-norte baiano e Ibotirama, no Vale do São Francisco.
Na última quarta-feira (11), o Corpo de Bombeiros registrou focos de incêndio em cinco cidades baianas: Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Muquém do São Francisco, Baianópolis e Santa Rita de Cássia. Em Luís Eduardo Magalhães, a Defesa Civil municipal registrou 58 incêndios em 2024. De acordo com Wanderson, o primeiro foco foi registrado em 15 de maio, três meses antes do período que a região costuma lidar com as queimadas.
“O incêndio de quarta-feira foi de pequena proporção, mas tivemos um de proporções maiores no último sábado. Esses fogos são causados pela ação humana e se aproveitam da baixa umidade para ganhar terrenos. Eles trouxeram prejuízos no fornecimento de eletricidade e danos na rede de fibra ótica”, disse. A reportagem tentou contato com os municípios de Barreiras, Muquém do São Francisco, Baianópolis e Santa Rita de Cássia, mas não recebeu retorno
Crédito: Divulgação