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GOVERNO FAZ POLÍTICA FISCAL ‘FEIJÃO COM ARROZ’ E DÍVIDA IRÁ A 95% DO PIB, DIZEM ANALISTAS DA WARREN

João Paulo - 12/09/2024 08:20 - Atualizado 12/09/2024

A dívida bruta do governo geral subirá 20 pontos porcentuais nos próximos dez anos, para 95% do PIB até 2033, e o governo será forçado a mudar a meta de resultado primário do ano que vem. Essas são as avaliações dos economistas Felipe Salto e Josué Pellegrini, da Warren Investimentos, que classificam a política fiscal do governo Lula como um “feijão com arroz”, ou seja, apenas o básico para evitar que o País entre em uma nova crise.

Eles entendem que há uma opção “política” para o não enfrentamento dos principais problemas das contas públicas, mas isso irá apenas adiar a implementação de medidas estruturais. Na prática, o governo Lula está trocando um ajuste fiscal menos custoso, agora, por outro, mais difícil, anos à frente, qualquer que seja o candidato vitorioso nas eleições de 2026.

“A dívida pública deverá crescer dos 74,4% do PIB, ao término de 2023, para 95% do PIB, em 2033, sem que se vislumbre um patamar de estabilidade. A revisão recente das taxas de juros, em parte ocasionada pela própria situação fiscal, agrava essa trajetória”, escreveram os economistas em relatório obtido com exclusividade pelo Estadão.

Salto, economista-chefe da instituição, e Pellegrini, analista de macroeconomia, continuam apostando que o governo vai cumprir a meta deste ano, ainda que dentro da margem de tolerância do arcabouço fiscal, ou seja, com um déficit de R$ 28,8 bilhões. Mesmo assim, eles entendem essa melhora como pontual, porque está baseada em receitas atípicas, que dificilmente vão se repetir nos anos seguintes.

Foto: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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